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Cuba diz enfrentar falta de combustíveis devido a sanções dos EUA

Economia centralizada da ilha enfrenta uma escassez de dinheiro desde 2015, na esteira de uma redução no suprimento de petróleo de sua aliada Venezuela

Cuba: neste mês, a ilha terá que se bastar com o pouco combustível disponível no momento, mais o suprimento de um navio que chega no sábado (Alexandre Meneghini/Reuters)

Cuba: neste mês, a ilha terá que se bastar com o pouco combustível disponível no momento, mais o suprimento de um navio que chega no sábado (Alexandre Meneghini/Reuters)

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Reuters

Publicado em 12 de setembro de 2019 às 13h26.

Havana — Cuba precisa adotar medidas emergenciais para evitar uma falta de combustíveis aguda em setembro, causada pelos esforços do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para barrar remessas de petróleo destinadas ao país, disse o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel.

Neste mês, a ilha terá que se bastar com o pouco combustível disponível no momento, mais o suprimento de um navio que chega no sábado e de outro que aportará no final de setembro, disse Díaz-Canel, na quarta-feira, em uma mesa redonda na televisão estatal.

O presidente cubano disse que todas as remessas de outubro já estão garantidas.

"Pode haver situações tensas na distribuição de alguns produtos e na prestação de serviços à população nos próximos dias", alertou.

A meta é evitar blecautes, disse, acrescentando: "Se tivermos que fazê-los... eles não serão tão longos ou intensos como aqueles do Período Especial", uma referência à depressão econômica severa que Cuba atravessou nos anos 1990, após o colapso da União Soviética.

A economia centralizada de Cuba enfrenta uma escassez de dinheiro desde 2015, na esteira de uma redução no suprimento de petróleo de sua aliada Venezuela, o que forçou o governo a adotar medidas de austeridade.

Desde então, o governo Trump endureceu o embargo de décadas a Cuba, no que diz ser uma tentativa de forçar o governo comunista a fazer reformas e parar de apoiar o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Alguns analistas dizem que os EUA também miram o voto de exilados anti-Castro no disputado Estado da Flórida na eleição presidencial do ano que vem.

"Posso garantir a vocês que temos uma estratégia para triunfar e que a administração ianque não atingirá sua meta de desanimar o povo cubano, e muito menos vencê-lo", disse Díaz-Canel.

Entre as medidas dos EUA estão novas sanções a embarcações e empresas envolvidas nas exportações de petróleo para a ilha.

"Tivemos que realizar negociações constantes para ver como conseguimos trazer combustível para o país, e as últimas... não funcionaram", explicou o líder cubano.

O ministro da Economia, Alejandro Gil, disse na mesa redonda que neste mês Havana está se concentrando em garantir serviços básicos à população à custa de uma produtividade econômica menor, o que pode levar a uma pausa de alguma semanas em alguns projetos de investimento.

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