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Cuba apresenta, mais uma vez, resolução contra bloqueio dos EUA na ONU

Embargo econômico foi instituido durante Guerra Fria, pelo governo de John F. Kennedy em 1962

Perspectiva da Assembleia Geral da ONU, onde nesta terça-feira começa a análise de uma nova resolução cubana que pede o fim do bloqueio imposto pelos Estados Unidos à ilha há mais de seis décadas, Nova York, 28 de setembro de 2024 (AFP)

Perspectiva da Assembleia Geral da ONU, onde nesta terça-feira começa a análise de uma nova resolução cubana que pede o fim do bloqueio imposto pelos Estados Unidos à ilha há mais de seis décadas, Nova York, 28 de setembro de 2024 (AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 29 de outubro de 2024 às 09h59.

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A Assembleia Geral da ONU começa a analisar nesta terça-feira, 29, uma nova resolução contra o embargo decretado pelos Estados Unidos há mais de seis décadas contra Cuba, que atravessa uma profunda crise à qual suas autoridades responsabilizam as sanções americanas.

Como vêm fazendo desde 1992, as autoridades cubanas apresentaram mais uma vez para análise da Assembleia Geral um projeto de resolução sobre a "necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba" que marcou a vida dos cubanos nas últimas décadas.

Mais de 80% da população viveu sob as sanções impostas em 1962, em plena Guerra Fria, pelo presidente John F. Kennedy, para asfixiar o regime comunista de Fidel Castro.

Apesar do apoio majoritário dos países-membros, com exceção dos Estados Unidos e seu aliado, Israel, a aprovação dessas resoluções, não mudou nada para o país caribenho.

Na resolução, não vinculante, Cuba pede "a igualdade soberana dos Estados, a não intervenção e não ingerência em seus assuntos internos e a liberdade de comércio e navegação internacionais".
Nesta terça, começa o desfile de oradores que será concluído com o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, antes de ser submetida à votação na quarta-feira.

Para as autoridades da ilha, o embargo é o principal obstáculo para seu desenvolvimento e causa da profunda crise econômica que sofre e que se traduziu em um êxodo da população e o profundo descontentamento social.

Há dez dias, a ilha sofreu um apagão generalizado devido ao seu sistema elétrico obsoleto, à falta de investimento, que as autoridades culpam o embargo.

As autoridades calculam que o bloqueio gerou em um ano mais de 5,5 bilhões de dólares (31 bilhões de reais) em danos e prejuízos materiais ao país.

Em 2015, sob a administração do democrata Barack Obama, os governos dos dois países começaram um processo de normalização das relações diplomáticas, mas sem a suspensão do embargo.
Mas a chegada do republicano Donald Trump em 2017 reforçou sua implementação, medidas que em boa foram mantidas pelo seu sucessor, o democrata Joe Biden.

Cuba depende principalmente do petróleo da Venezuela, seu principal aliado, a quem paga em parte com o envio de médicos, mas que diminuiu suas entregas de 100.000 barris diários em 2016 para uma média de 56.000 em 2021.

México e Rússia contribuíram para atenuar o severo déficit da ilha.

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