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Cuba acusa EUA de usar "artimanha" contra resolução da ONU sobre embargo

Cuba criticou as emendas americanas à resolução contra o embargo e afirmou que os EUA pretendem adulterar o foco da resolução

"Os EUA manipulam e politizam vulgarmente o desejo universal de garantir os direitos humanos a todas as pessoas", disse o porta-voz cubano (Chip Somodevilla/Getty Images)

"Os EUA manipulam e politizam vulgarmente o desejo universal de garantir os direitos humanos a todas as pessoas", disse o porta-voz cubano (Chip Somodevilla/Getty Images)

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EFE

Publicado em 1 de novembro de 2018 às 15h18.

Nações Unidas - Cuba criticou nesta quinta-feira com dureza as emendas propostas pelos Estados Unidos à resolução contra o embargo que leva a cada ano diante da Assembleia Geral da ONU e considerou que são uma "artimanha desonesta" para distrair o organismo.

Segundo o ministro de Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez, Washington pretende "adulterar a natureza e o foco" da resolução contra o embargo com esse movimento.

"O governo dos Estados Unidos manipula e politiza vulgarmente o desejo universal de garantir os direitos humanos a todas as pessoas e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentado nas emendas que apresentou", disse Rodríguez em discurso na Assembleia Geral.

Neste ano, os EUA apresentaram uma série de emendas ao texto cubano, nas quais denuncia a situação das liberdades e direitos básicos na ilha.

A embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, pediu hoje aos demais países que apoiem esses parágrafos a fim de mandar uma "mensagem moral à ditadura cubana".

"Neste ano lhes pediremos que votem não só sobre o embargo americano. Pediremos que votem também sobre os presos políticos em Cuba. Pediremos que votem sobre a falta de liberdade de expressão em Cuba. Pediremos que votem sobre a opressão dos trabalhadores em Cuba", declarou Haley.

Por sua parte, Rodríguez destacou que "os Estados Unidos não têm a menor autoridade moral para criticar Cuba nem ninguém em matéria de direitos humanos" e denunciou o histórico do país nesse âmbito, mencionando o uso da bomba atômica, seu apoio a ditaduras ou as condições de vida de muitos dos seus cidadãos.

"No meio da opulência desse país, 40 milhões dos seus cidadãos vivem em condições de pobreza e 52 milhões em comunidades empobrecidas. Mais de meio milhão dormem nas ruas", lembrou.

Rodríguez se mostrou, além disso, muito crítico ao atual governo do presidente Donald Trump, ao qual se referiu como um "governo de milionários que impõe políticas selvagens".

Além disso, chamou a atenção sobre "a escalada de pronunciamentos, atos e ameaças do governo dos Estados Unidos contra Cuba" e assegurou que buscam unicamente aumentar a "tensão bilateral".

A Assembleia Geral da ONU, que tradicionalmente aprova com maiorias arrasadoras a resolução cubana contra o embargo, deve se pronunciar hoje sobre o texto apresentado por Havana e sobre as emendas americanas.

Há um ano, sem nenhuma emenda, a resolução foi aprovada com 191 votos a favor e com os únicos votos contrários de EUA e Israel.

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