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Cruz Vermelha descarta entrada em Homs sem acordo

Para garantir a segurança dos trabalhos humanitários, o comitê exige um acordo claro entre o governo e os rebeldes da oposição na Síria

Kellenberger: Damasco deu sinal verde para que a Cruz Vermelha visite as prisões do regime (©AFP / AFP/SANA)

Kellenberger: Damasco deu sinal verde para que a Cruz Vermelha visite as prisões do regime (©AFP / AFP/SANA)

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Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2012 às 09h02.

Genebra - O presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Jakob Kellenberger, descartou nesta segunda-feira a entrada da organização na cidade síria de Homs enquanto não houver um acordo claro entre o governo e os grupos armados da oposição que garanta a segurança dos trabalhos humanitários.

Em entrevista coletiva para apresentar o relatório anual da organização, Kellenberger indicou que "é necessário o acordo entre as partes em conflito para poder fazer o trabalho", e ressaltou que atualmente persiste "uma preocupação clara sobre a segurança" na Síria.

"Para se poder ir a um lugar numa situação como a atual é importante ter um acordo sem ambiguidades entre as partes envolvidas na violência, de todas elas. Só assim se pode entrar e fazer o trabalho", explicou Kellenberger.

A Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho estão em contato tanto com o governo de Damasco como com a oposição, embora com esta última, precisou Kellenberger, a relação "não é fácil, porque ela é composta por muitos grupos, o que dificulta um diálogo estruturado".

A organização confirmou que não foi possível visitar centros de detenção da oposição, onde a ONU suspeita que estejam sendo cometidas graves violações aos direitos humanos. Já Damasco deu sinal verde para que a Cruz Vermelha visite as prisões do regime.

Kellenberger considerou uma "surpresa positiva" que o governo do presidente sírio, Bashar al Assad, tenha permitido a organização visitar penitenciárias de Damasco e Aleppo, mas lembrou que a autorização teve um caráter limitado.

"É um primeiro passo, mas não estou em condições de dizer qual será o próximo passo", disse o presidente do CICV, que defendeu a necessidade de negociar com o governo sírio as condições das visitas, porque "a escolha estava entre poder fazer as visitas, negociando com o governo, e não fazê-las". 

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