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Cristina Kirchner elege ministro da Economia como vice na chapa presidencial

Amado Boudou tornou-se um dos mais fiéis colaboradores da presidente argentina

Cristina Kirchner, presidente da Argentina: começa a corrida por um novo mandato (Juan Mabromata/AFP)

Cristina Kirchner, presidente da Argentina: começa a corrida por um novo mandato (Juan Mabromata/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2011 às 19h55.

Buenos Aires - O ministro da Economia da Argentina, Amado Boudou, foi eleito entre quase dez postulantes para compor a chapa da presidente Cristina Kirchner para as eleições de outubro, como candidato a vice, anunciou neste sábado a própria governante.

"Amado Boudou é o homem que vai me acompanhar para que, juntos, nos submetamos à consideração da vontade popular", afirmou a chefe de Estado durante um comício na residência presidencial de Olivos, nos arredores de Buenos Aires, com a presença de ministros, governadores, prefeitos e funcionários.

A corrida política do ministro, no cargo desde 2009, começou a crescer há três anos, quando foi nomeado titular da Administração Nacional da Seguridade Social (Anses), braço estatal que gerencia o sistema de previdência na Argentina.

Ex-militante da Unión del Centro Democrático (UCeDé), o economista de 47 anos deu uma reviravolta em seu perfil político ao se transformar em um dos leais funcionários da governante.

"Além das qualidades pessoais de Amado, considerei seu nome porque o importante não é ter tido sempre a mesma orientação, mas saber mudar quando o mundo muda", assinalou Cristina, ao revelar o nome do candidato a vice na coligação Frente para a Vitória, pelo Partido Justicialista (PJ, peronista).

Além disso, preciso ter ao meu lado alguém que não tenha medo das corporações, de preconceitos, porque, na verdade, o mundo mudou e vai continuar mudando", acrescentou.

Nos últimos dias, cresceram as expectativas nos círculos políticos sobre quem seria o candidato governista à Vice-Presidência, cargo para o qual concorriam governadores e funcionários, entre eles o secretário de Comunicação Pública, Juan Manuel Abal Medina, e a ministra do Desenvolvimento Social, Alicia Kirchner, irmã do falecido ex-presidente Néstor Kirchner.


As expectativas cresceram nas últimas horas depois de o governador da província de Chaco, Jorge Capitanich, um dos dirigentes que parecia ter mais chances, afirmar nesta sexta-feira que "nunca" recebeu uma oferta para integrar a coligação governista.

Com a escolha de Boudou, a líder espera mudar a história do atual Gabinete, no qual ela enfrenta a oposição do vice-presidente Julio Cobos, que confronta o Governo de Cristina desde meses após assumir o cargo e voltou às filas do partido opositor União Cívica Radical (UCR).

"A figura do vice-presidente adquiriu importância e requer atributos, entre eles a lealdade, que tem a ver com a identificação com um projeto político", declarou a presidente, no que representou o primeiro ato de campanha desde que anunciou na última terça-feira sua decisão de concorrer à reeleição.

Segundo ela, o vice-presidente deve demonstrar "respeito às instituições".

Cristina destacou que duas das medidas mais importantes nos últimos oito anos de gestão - incluindo portanto a Presidência de seu marido, o falecido Néstor Kirchner, que governou a Argentina entre 2003 e 2007 - foram a "reestruturação da dívida" e a nacionalização dos fundos privados de aposentadoria.

O comício, realizado diante de centenas de simpatizantes, foi realizado após o registro das chapas presidenciais ao pleito de outubro junto à Justiça Eleitoral argentina, que determinava este sábado como prazo máximo às inscrições.

A imprensa local dizia neste sábado que o chefe de Gabinete argentino, Aníbal Fernández, será o primeiro candidato a senador nacional do Governo, enquanto o ministro da Agricultura, Julián Domínguez, vai liderar a lista de aspirantes a deputados.

A presidente também falou sobre suas preferências na província de Buenos Aires, onde o governador Daniel Scioli buscará a reeleição com o titular da Autoridade de Serviços de Comunicação, Gabriel Mariotto, outro dos funcionários "leais" à líder.

Cristina, de 58 anos, com uma extensa carreira na política e como militante do peronismo, viu seus índices de aprovação aumentarem após a morte de Néstor Kirchner, apontado até então como possível candidato a presidente para as eleições deste ano, que incluirão também a renovação de metade do Parlamento argentino.

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