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Cristina Kirchner domina campanha presidencial 2.0 da Argentina

É a primeira vez que uma disputa eleitoral argentina ocorre também nas redes sociais

De acordo com pesquisas realizadas pelo The Real Time, Cristina é a candidata mais citada nas mídias sociais, seguida pelo governador socialista Hermes Binner (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

De acordo com pesquisas realizadas pelo The Real Time, Cristina é a candidata mais citada nas mídias sociais, seguida pelo governador socialista Hermes Binner (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2011 às 19h45.

Buenos Aires - A atual presidente argentina, Cristina Fernández de Kirchner, favorita nas pesquisas de intenções de voto para a eleição do dia 23 de outubro, também domina as redes sociais, nas quais pela primeira vez na Argentina também ocorre uma disputa eleitoral.

'Cristina é, de longe, a candidata mais citada nas mídias sociais', seguida pelo governador socialista Hermes Binner, da Frente Ampla Progressista, de acordo com pesquisas realizadas pelo The Real Time, uma empresa argentina que analisa tudo o que é dito nas redes como Twitter, Facebook, entre outras.

Segundo Laura Cambra, diretora-executiva do grupo de pesquisa, Cristina é a candidata com maior repercussão, não só por ser presidente, mas porque 'gera mais notícias'.

Por exemplo, quando a governante fez, dias atrás, um comentário sobre a morte de Steve Jobs, o pai da Apple, isso refletiu enormemente no Twitter.

Esta militância virtual é feita por grupos como o PJ Digital, fundado em 2009 e com uma estrutura bem definida e ativa em diversos sites da internet.

'O ativismo de Binner e do atual governo nas mídias sociais é notório, embora o primeiro tenha menos recursos', disse Laura à Agência Efe. Os demais candidatos têm uma presença 'menos articulada e organizada' nas redes, acrescentou.

'Em geral, as equipes de campanha sucumbiram às redes sociais porque estas têm cada vez maior alcance, a maioria do eleitorado tem perfis nestes sites, além disso, muito do que acontece nas redes é repercutido nos meios tradicionais de comunicação', explicou Laura.


'O peso do voto dos jovens nesta eleição - um terço dos 28,6 milhões de argentinos entre 18 e 35 anos - também tem a ver com utilização pelos políticos desta nova era 2.0', disse à Agência Efe o diretor da Latinstock Digital, Joaquín Bachrach.

Para o especialista em marketing digital Darío Diament, criador do site Políticos Online, este ano a maneira de fazer política na Argentina mudou, com uma campanha 24h por dia nas redes.

'Não existe mais uma campanha que começa algumas semanas antes da eleição, mas uma campanha permanente. Graças às redes há uma participação política muito maior do que antes', detalhou o especialista.

O site Políticos Online possui um ranking dos candidatos presidenciais argentinos de acordo com seu nível de influência no Twitter e no Facebook, em uma escala de zero a 100 que combina diversas variáveis, como a quantidade de seguidores, o grau de atividade nas redes e as repercussões geradas. Cristina Fernández de Kirchner lidera esta lista, com 77,75 pontos e 649.114 seguidores.

Em seguida está Binner, com 68,94 pontos e 29.477 seguidores; Ricardo Alfonsín, com 66,83 pontos e 56.446 seguidores; e o candidato pelo Compromisso Federal e governador da província de San Luis, Alberto Rodríguez Saá, com 62,06 pontos, 3.547 seguidores e uma campanha que se baseia, entre outras, na promessa de 'Wi-Fi para todos'. Com menor influência (56,37 pontos), Eduardo Duhalde tem 30.145 seguidores nas mídias sociais.

Os argentinos que usam as redes - quase 1 milhão no Twitter e 16 milhões no Facebook - são apenas uma parcela da população total e têm características especiais - urbanos, com acesso a internet e majoritariamente jovens.

Portanto, mesmo que um candidato tenha um alto índice de influência nas redes sociais não significa necessariamente que seja o mais votado.

Mas, segundo Diament, nas eleições primárias de agosto houve uma 'correlação' entre os que se posicionaram no ranking e o resultado nas urnas, o que poderia se repetir no dia 23 de outubro. 

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