Cristina Kirchner: Presidente da Argentina ainda não havia se pronunciado sobre a morte de Alberto Nisman (Juan Mabromata/AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de fevereiro de 2015 às 12h57.
Buenos Aires, 21 fev (EFE).- A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, quebrou seu silêncio neste sábado para questionar a grande marcha realizada na quarta-feira passada em homenagem ao falecido promotor Alberto Nisman.
Cristina qualificou o protesto como 'batismo de fogo' de um 'Partido Judicial' confrontado com o Executivo.
A governante publicou uma mensagem em seu site onde afirmou que a passeata, convocada por um grupo de promotores, 'não foi um ato de homenagem a uma pessoa tragicamente falecida, com a óbvia exceção de seus parentes diretos'.
'O 18F (18 de fevereiro) não é a homenagem a um promotor, nem sequer uma reivindicação insólita por justiça, mas o batismo de fogo do Partido Judicial', declarou a chefe de Estado argentina.
A governante argentina também questionou as críticas que recebeu nos últimos dias por não falar sobre o falecido promotor.
'É curioso que quando falo o que alguns não querem ouvir, um promotor exija que me cale, e quando não falo o que eles querem, reivindiquem que eu fale', comentou.
Cristina também qualificou de 'absurda e politicamente armado' o número de presentes à marcha divulgado pelos meios de comunicação argentinos, que calcularam a participação de 400.000 pessoas.
'Tanto no gestual como nas palavras e no ostensivamente visível, o 18F foi decididamente uma passeata opositora, convocada por promotores e apoiada por juízes e todo o arco político opositor', acrescentou a presidente.
No último dia 18 de fevereiro, uma multidão marchou em Buenos Aires para reivindicar em silêncio o esclarecimento da morte de Alberto Nisman.
O promotor investigava o atentado de 1994 contra a associação mutual judaica Amia, que deixou 85 mortos, e que denunciou Cristina por supostamente acobertar os iranianos acusados do ataque.
A governante argentina tinha guardado silêncio e não tinha se pronunciado sobre a passeata, apesar de vários integrantes de seu governo terem condenado a mobilização por seu suposto viés opositor.