Investidores estão migrando para o mercado de commodities energéticas derivadas do petróleo (John Gress/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2011 às 10h20.
Nova York - Enquanto a Petrobras mantiver a política de segurar o repasse da alta do preço do petróleo no mercado internacional para o preço da gasolina, o impacto da disparada do barril, que atingiu ontem US$ 111, pode até trazer um certo alívio para inflação ao consumidor, segundo avaliação do economista Miguel Daoud, diretor da Global Financial Advisor.
Ele sustenta esse raciocínio numa tendência detectada nos últimos dias. Por causa dos conflitos nos países árabes, está ocorrendo uma migração dos investidores em mercados futuros em commodities (matérias-primas) agrícolas para as commodities energéticas derivadas do petróleo (gás, diesel, gasolina, por exemplo).
Com isso, em 15 dias, os preços em dólar de vários alimentos recuaram. Desde o dia 9 deste mês até ontem, o preço futuro da soja na Bolsa de Chicago caiu 10%; do trigo, 15%; do arroz, 17%. Na Bolsa de Nova York, o açúcar recuou quase 5% no mesmo período.
“Como as commodities agrícolas são um foco de pressão de preços no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a retração nas cotações pode ser positiva para a inflação, se a Petrobras continuar amortecendo a elevação da cotação do petróleo. O Brasil é um país de sorte”, diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.