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Crise no Partido Liberal causa troca de premier da Austrália

Na votação, Turnbull obteve 54 votos e Abbott 44, anunciou nesta segunda-feira o encarregado dos procedimentos disciplinares do partido, Scott Buchholz

O ex-premiê da Austrália, Tony Abbott: Turnbull deverá jurar o cargo ao governador geral, Peter Cosgrove, após o cumprimento de um procedimento formal em que Abbott comunica ao representante da rainha Elizabeth II na Austrália o resultado da votação e apresenta sua renúncia (Saeed Khan/AFP)
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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2015 às 13h12.

Sydney - A Austrália terá um novo primeiro-ministro, Malcolm Turnbull, que forçou e ganhou uma moção de confiança no seio do Partido Liberal, o mesmo do até agora líder do partido e chefe de governo, Tony Abbott.

Na votação, Turnbull obteve 54 votos e Abbott 44, anunciou nesta segunda-feira o encarregado dos procedimentos disciplinares do partido, Scott Buchholz.

Turnbull deverá jurar o cargo ao governador geral, Peter Cosgrove, após o cumprimento de um procedimento formal em que Abbott comunica ao representante da rainha Elizabeth II na Austrália o resultado da votação e apresenta sua renúncia.

"Hoje tivemos uma experiência importante e instrutiva, me sinto humilde diante dela", disse Turnbull em sua primeira fala à imprensa, junto com a ministra de Relações Exteriores, Julie Bishop, que foi ratificada com 70 votos como a número dois do partido.

O novo dirigente não poupou elogios a Abbott, que assumiu o cargo em setembro de 2013, e destacou seu trabalho como líder e suas conquistas, como a assinatura de vários tratados de livre-comércio e sua política firme contra a imigração ilegal.

Mas Turnbull, que em 2009 foi afastado da linha de frente do Partido Liberal por Abbott, afirmou que seu governo terá "uma visão econômica" e outro estilo, em que os desafios que o país enfrenta serão explicados, em vez de "dar lições".

A remodelação ministerial, que deve ser divulgada até o fim desta semana, poderiam envolver a saída de Joe Hoquei do escritório do Tesouro, que defendeu a gestão de Abbott até o último momento, para dar lugar a Scott Morrison, atual ministro de Serviços Sociais.

A crise de liderança explodiu quando Turnbull renunciou pela manhã como ministro de Comunicações e forçou Abbott a convocar uma votação interna entre os cem membros do parlamento e os senadores.

A Austrália enfrenta uma desaceleração da economia, que só cresceu 0,2% no último trimestre após mais de duas décadas de expansão.

Por enquanto o futuro político de Abbott é incerto. Ele já tinha posto sua liderança à prova em fevereiro, quando superou outra moção de censura colocada por um setor de seu partido com 61 votos a favor e 39 contra.

Antes da votação, o líder do Partido Nacional e vice-primeiro-ministro, Warren Truss, alertou que, apesar da escolha do líder de partido ser um assunto interno dos liberais, qualquer mudança exigiria um novo acordo na coalizão governante.

"Isto deve ser uma formalidade", apontou a analista política Michelle Grattan na revista de análise "The Conversation".

"A Austrália tem boas instituições políticas", enfatizou o analista político Raúl Sánchez, da Universidade A Trobe, em declarações a Efe, por considerar que a crise de liderança não é um assunto estrutural que marcará a vida política australiana.

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Sydney - A Austrália terá um novo primeiro-ministro, Malcolm Turnbull, que forçou e ganhou uma moção de confiança no seio do Partido Liberal, o mesmo do até agora líder do partido e chefe de governo, Tony Abbott.

Na votação, Turnbull obteve 54 votos e Abbott 44, anunciou nesta segunda-feira o encarregado dos procedimentos disciplinares do partido, Scott Buchholz.

Turnbull deverá jurar o cargo ao governador geral, Peter Cosgrove, após o cumprimento de um procedimento formal em que Abbott comunica ao representante da rainha Elizabeth II na Austrália o resultado da votação e apresenta sua renúncia.

"Hoje tivemos uma experiência importante e instrutiva, me sinto humilde diante dela", disse Turnbull em sua primeira fala à imprensa, junto com a ministra de Relações Exteriores, Julie Bishop, que foi ratificada com 70 votos como a número dois do partido.

O novo dirigente não poupou elogios a Abbott, que assumiu o cargo em setembro de 2013, e destacou seu trabalho como líder e suas conquistas, como a assinatura de vários tratados de livre-comércio e sua política firme contra a imigração ilegal.

Mas Turnbull, que em 2009 foi afastado da linha de frente do Partido Liberal por Abbott, afirmou que seu governo terá "uma visão econômica" e outro estilo, em que os desafios que o país enfrenta serão explicados, em vez de "dar lições".

A remodelação ministerial, que deve ser divulgada até o fim desta semana, poderiam envolver a saída de Joe Hoquei do escritório do Tesouro, que defendeu a gestão de Abbott até o último momento, para dar lugar a Scott Morrison, atual ministro de Serviços Sociais.

A crise de liderança explodiu quando Turnbull renunciou pela manhã como ministro de Comunicações e forçou Abbott a convocar uma votação interna entre os cem membros do parlamento e os senadores.

A Austrália enfrenta uma desaceleração da economia, que só cresceu 0,2% no último trimestre após mais de duas décadas de expansão.

Por enquanto o futuro político de Abbott é incerto. Ele já tinha posto sua liderança à prova em fevereiro, quando superou outra moção de censura colocada por um setor de seu partido com 61 votos a favor e 39 contra.

Antes da votação, o líder do Partido Nacional e vice-primeiro-ministro, Warren Truss, alertou que, apesar da escolha do líder de partido ser um assunto interno dos liberais, qualquer mudança exigiria um novo acordo na coalizão governante.

"Isto deve ser uma formalidade", apontou a analista política Michelle Grattan na revista de análise "The Conversation".

"A Austrália tem boas instituições políticas", enfatizou o analista político Raúl Sánchez, da Universidade A Trobe, em declarações a Efe, por considerar que a crise de liderança não é um assunto estrutural que marcará a vida política australiana.

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