Mundo

Crise global: Europa e EUA anunciam planos de estímulo

Entidades reduziram a previsão de crescimento das principais economias; UE luta para garantir o apoio financeiro a Grécia

Obama: plano de US$ 300 bilhões para combater o desemprego (Saul Loeb/AFP)

Obama: plano de US$ 300 bilhões para combater o desemprego (Saul Loeb/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2011 às 17h46.

Paris - O cenário econômico internacional está se deteriorando e a recessão ameaça os países ricos, diz um relatório do Banco Central Europeu (BCE) divulgado nesta quinta-feira na Europa e nos Estados Unidos, cujos líderes buscam contornar a situação acelerando a aprovação (no caso da Europa) do resgate à Grécia, e lançando (no caso dos EUA) um plano contra o desemprego.

"Há um enorme grau de incerteza sobre a economia mundial e a Zona Euro", declarou em Frankfurt o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet.

O instituto monetário revisou para baixo suas previsões de crescimento do PIB da Zona Euro, que será de 1,6% em 2011 e 1,3% em 2012 (as projeções de junho passado eram de 1,9% e de 1,7% respectivamente).

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) também revisou em forte baixa suas previsões e admitiu o risco de que alguns países ricos caiam em uma nova recessão e de que a crise da Zona Euro se agrave.

Até mesmo a Alemanha, maior economia europeia, poderá registrar este ano um trimestre de contração de seu PIB, assim como a Itália, segundo o relatório publicado pela OCDE um dia antes da reunião em Marselha de ministros de Economia e chefes de bancos centrais do G7 (Estados Unidos, Japão, Canadá, Alemanha, França, Itália e Grã-Bretanha).

O Fundo Monetário Internacional (FMI) por sua vez, concorda com o prognóstico.

"Os obstáculos (para o crescimento) estão aumentando", afirmou um porta-voz do organismo, Gerry Rice.

As autoridades políticas, pressionadas pelos mercados, tentam recuperar a iniciativa, para impedir una recaída da crise que em 2009 deixou o mundo em recessão.

O presidente americano, Barack Obama, anunciará nesta quinta-feira ante o Congresso, um novo plano para reativar o emprego, ante a persistência dos níveis de desemprego em seu país (9,1% em agosto).

O presidente poderá, segundo versões de imprensa, anunciar um investimento de 300 bilhões de dólares em cortes de impostos e investimentos em infraestrutura.


Na Europa, a França se converteu nesta quinta-feira no primeiro país da Zona Euro a aprovar definitivamente o plano de resgate para a Grécia, pré-aprovado em julho pelos dirigentes europeus.

Os senadores franceses votarão já respaldados pelos deputados, num plano que inclui também medidas de maior rigor para frear o déficit orçamentário francês.

Contudo, o segundo plano de resgate grego, de quase 160 bilhões de euros, não entrará em vigor antes de 2012, pois vários dos 17 países da Zona Euro só o aprovarão dentro de uns meses.

A Holanda chegou a aludir à possibilidade de excluir a Grecia da Zona Euro, devido ao descumprimento de seus compromissos em relação aos riscos orçamentários para reduzir sua alta dívida, mas a Comissão Europeia excluiu essa possibilidade.

A OCDE pediu para que seja reforçada a capitalização dos bancos na Zona Euro, e Trichet disse que o BCE está disposto a "proporcionar a liquidez" necessária para as instituições financeiras da região.

Três países da Zona Euro foram objeto nestes meses de programas de resgate (Grécia em duas ocasiões, Portugal e Irlanda). A crise se acentuou no verão e colocou também na mira a Espanha e Itália.

O secretário americano do Tesouro, Timothy Geithner, pediu nesta quinta-feira aos líderes europeus para que "adotem ações mais contundentes para gerar confiança".

Os mercados reagiram de maneira geral positivamente ao voto francês e ao respaldo que na quarta-feira o Tribunal Constitucional alemão conferiu ao plano de resgate à Grécia. As principais bolsas europeias fecharam a quarta-feira em alta e se mantêm estáveis nesta quinta.

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaCrises em empresasEstados Unidos (EUA)EuropaPaíses ricosUnião Europeia

Mais de Mundo

Israel reconhece que matou líder do Hamas em julho, no Irã

ONU denuncia roubo de 23 caminhões com ajuda humanitária em Gaza após bombardeio de Israel

Governo de Biden abre investigação sobre estratégia da China para dominar indústria de chips

Biden muda sentenças de 37 condenados à morte para penas de prisão perpétua