Crise europeia coloca seus líderes na corda bamba
Quedas de Berlusconi, na Itália, e Papandreou, na Grécia, fizeram chegar a dez o número de governos derrubados desde o início da crise no continente
Da Redação
Publicado em 9 de novembro de 2011 às 12h44.
Bruxelas - Nas últimas horas os chefes de Governo da Itália, Silvio Berlusconi, e da Grécia, George Papandreou, anunciaram que deixarão os cargos, mas não serão as únicas cabeças a rolar por causa da crise , segundo os analistas.
O primeiro-ministro italiano prometeu renunciar ao cargo quando o Parlamento aprovar as medidas econômicas de 2012 prometidas à União Europeia (UE), o que não acontecerá antes do fim de novembro.
O anúncio do líder há 17 anos da direita italiana, que sobreviveu a todo tipo de escândalos, aconteceu depois da aprovação do orçamento no Parlamento, mas com uma vitória de Pirro que revelou que a maioria absoluta do 'Il Cavaliere' chegou ao fim.
"Com este, já são 10 governos da União Europeia desestabilizados desde 2010, com a queda de seus governantes ou a convocação de eleições antecipadas", afirmou Jean-Dominique Giuliani, presidente da Fundação Schumann.
Na Grécia, o socialista Papandreou anunciou a renúncia depois de uma semana de agitação política e social seguida por uma alta volatilidade nos mercados, provocada por sua proposta de um referendo sobre o segundo plano de resgate de seu país.
A proposta, que causou indignação nos dirigentes europeus, foi anulada.
Além de Itália e Grécia, a crise também abalou governos em Portugal, Irlanda, Grã-Bretanha, Hungria, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia e Espanha.
Para o analista Janis Janis A. Emmanouilidis, do Centro de Política Europeia, a pressão externa e o cansaço da população motivaram as quedas na Grécia e Itália.
Em Portugal, o ex-premier socialista José Socrates anunciou a renúncia em março, depois de o Parlamento rejeitar o plano para reduzir o déficit.
Mas as perspectivas não parecem melhores para o atual chefe de Governo, Pedro Passos Coelho, que deve enfrentar uma recessão de 2,8% do PIB em 2012.
Encurralado pela crise, o chefe de Governo da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, viu-se forçado a antecipar as eleições para 20 de novembro. E todas as pesquisas apontam que o candidato da direita, Mariano Rajoy, derrotará os socialistas, no poder desde 2004.
"A crise também pode afetar a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francê Nicolas Sarkozy", opina Peter Morici, da Universidade de Maryland.
Sarkozy terá que fazer malabarismos para reverter a baixa popularidade (36%), a seis meses das eleições, que têm o socialista Francois Hollande como favorito.
Na Alemanha, Merkel viu a derrota de seus aliados liberais nas eleições regionais de Berlim, a última das sete votações de 2011, que representaram um desastre para a coalizão da chefe de Governo.
Em momentos de crise, os analistas advertem contra o forte aumento do populismo na Europa.
A crise aumentou a força da extrema-direita entre os jovens, assim como o espaço para movimentos sociais como os "indignados".
Bruxelas - Nas últimas horas os chefes de Governo da Itália, Silvio Berlusconi, e da Grécia, George Papandreou, anunciaram que deixarão os cargos, mas não serão as únicas cabeças a rolar por causa da crise , segundo os analistas.
O primeiro-ministro italiano prometeu renunciar ao cargo quando o Parlamento aprovar as medidas econômicas de 2012 prometidas à União Europeia (UE), o que não acontecerá antes do fim de novembro.
O anúncio do líder há 17 anos da direita italiana, que sobreviveu a todo tipo de escândalos, aconteceu depois da aprovação do orçamento no Parlamento, mas com uma vitória de Pirro que revelou que a maioria absoluta do 'Il Cavaliere' chegou ao fim.
"Com este, já são 10 governos da União Europeia desestabilizados desde 2010, com a queda de seus governantes ou a convocação de eleições antecipadas", afirmou Jean-Dominique Giuliani, presidente da Fundação Schumann.
Na Grécia, o socialista Papandreou anunciou a renúncia depois de uma semana de agitação política e social seguida por uma alta volatilidade nos mercados, provocada por sua proposta de um referendo sobre o segundo plano de resgate de seu país.
A proposta, que causou indignação nos dirigentes europeus, foi anulada.
Além de Itália e Grécia, a crise também abalou governos em Portugal, Irlanda, Grã-Bretanha, Hungria, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia e Espanha.
Para o analista Janis Janis A. Emmanouilidis, do Centro de Política Europeia, a pressão externa e o cansaço da população motivaram as quedas na Grécia e Itália.
Em Portugal, o ex-premier socialista José Socrates anunciou a renúncia em março, depois de o Parlamento rejeitar o plano para reduzir o déficit.
Mas as perspectivas não parecem melhores para o atual chefe de Governo, Pedro Passos Coelho, que deve enfrentar uma recessão de 2,8% do PIB em 2012.
Encurralado pela crise, o chefe de Governo da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, viu-se forçado a antecipar as eleições para 20 de novembro. E todas as pesquisas apontam que o candidato da direita, Mariano Rajoy, derrotará os socialistas, no poder desde 2004.
"A crise também pode afetar a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francê Nicolas Sarkozy", opina Peter Morici, da Universidade de Maryland.
Sarkozy terá que fazer malabarismos para reverter a baixa popularidade (36%), a seis meses das eleições, que têm o socialista Francois Hollande como favorito.
Na Alemanha, Merkel viu a derrota de seus aliados liberais nas eleições regionais de Berlim, a última das sete votações de 2011, que representaram um desastre para a coalizão da chefe de Governo.
Em momentos de crise, os analistas advertem contra o forte aumento do populismo na Europa.
A crise aumentou a força da extrema-direita entre os jovens, assim como o espaço para movimentos sociais como os "indignados".