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Crise europeia coloca seus líderes na corda bamba

Quedas de Berlusconi, na Itália, e Papandreou, na Grécia, fizeram chegar a dez o número de governos derrubados desde o início da crise no continente

Berlusconi não suportou a pressão e anunciou que vai renunciar ao cargo (David Ramos/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2011 às 12h44.

Bruxelas - Nas últimas horas os chefes de Governo da Itália, Silvio Berlusconi, e da Grécia, George Papandreou, anunciaram que deixarão os cargos, mas não serão as únicas cabeças a rolar por causa da crise , segundo os analistas.

O primeiro-ministro italiano prometeu renunciar ao cargo quando o Parlamento aprovar as medidas econômicas de 2012 prometidas à União Europeia (UE), o que não acontecerá antes do fim de novembro.

O anúncio do líder há 17 anos da direita italiana, que sobreviveu a todo tipo de escândalos, aconteceu depois da aprovação do orçamento no Parlamento, mas com uma vitória de Pirro que revelou que a maioria absoluta do 'Il Cavaliere' chegou ao fim.

"Com este, já são 10 governos da União Europeia desestabilizados desde 2010, com a queda de seus governantes ou a convocação de eleições antecipadas", afirmou Jean-Dominique Giuliani, presidente da Fundação Schumann.

Na Grécia, o socialista Papandreou anunciou a renúncia depois de uma semana de agitação política e social seguida por uma alta volatilidade nos mercados, provocada por sua proposta de um referendo sobre o segundo plano de resgate de seu país.

A proposta, que causou indignação nos dirigentes europeus, foi anulada.

Além de Itália e Grécia, a crise também abalou governos em Portugal, Irlanda, Grã-Bretanha, Hungria, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia e Espanha.

Para o analista Janis Janis A. Emmanouilidis, do Centro de Política Europeia, a pressão externa e o cansaço da população motivaram as quedas na Grécia e Itália.


Em Portugal, o ex-premier socialista José Socrates anunciou a renúncia em março, depois de o Parlamento rejeitar o plano para reduzir o déficit.

Mas as perspectivas não parecem melhores para o atual chefe de Governo, Pedro Passos Coelho, que deve enfrentar uma recessão de 2,8% do PIB em 2012.

Encurralado pela crise, o chefe de Governo da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, viu-se forçado a antecipar as eleições para 20 de novembro. E todas as pesquisas apontam que o candidato da direita, Mariano Rajoy, derrotará os socialistas, no poder desde 2004.

"A crise também pode afetar a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francê Nicolas Sarkozy", opina Peter Morici, da Universidade de Maryland.

Sarkozy terá que fazer malabarismos para reverter a baixa popularidade (36%), a seis meses das eleições, que têm o socialista Francois Hollande como favorito.

Na Alemanha, Merkel viu a derrota de seus aliados liberais nas eleições regionais de Berlim, a última das sete votações de 2011, que representaram um desastre para a coalizão da chefe de Governo.

Em momentos de crise, os analistas advertem contra o forte aumento do populismo na Europa.

A crise aumentou a força da extrema-direita entre os jovens, assim como o espaço para movimentos sociais como os "indignados".

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Bruxelas - Nas últimas horas os chefes de Governo da Itália, Silvio Berlusconi, e da Grécia, George Papandreou, anunciaram que deixarão os cargos, mas não serão as únicas cabeças a rolar por causa da crise , segundo os analistas.

O primeiro-ministro italiano prometeu renunciar ao cargo quando o Parlamento aprovar as medidas econômicas de 2012 prometidas à União Europeia (UE), o que não acontecerá antes do fim de novembro.

O anúncio do líder há 17 anos da direita italiana, que sobreviveu a todo tipo de escândalos, aconteceu depois da aprovação do orçamento no Parlamento, mas com uma vitória de Pirro que revelou que a maioria absoluta do 'Il Cavaliere' chegou ao fim.

"Com este, já são 10 governos da União Europeia desestabilizados desde 2010, com a queda de seus governantes ou a convocação de eleições antecipadas", afirmou Jean-Dominique Giuliani, presidente da Fundação Schumann.

Na Grécia, o socialista Papandreou anunciou a renúncia depois de uma semana de agitação política e social seguida por uma alta volatilidade nos mercados, provocada por sua proposta de um referendo sobre o segundo plano de resgate de seu país.

A proposta, que causou indignação nos dirigentes europeus, foi anulada.

Além de Itália e Grécia, a crise também abalou governos em Portugal, Irlanda, Grã-Bretanha, Hungria, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia e Espanha.

Para o analista Janis Janis A. Emmanouilidis, do Centro de Política Europeia, a pressão externa e o cansaço da população motivaram as quedas na Grécia e Itália.


Em Portugal, o ex-premier socialista José Socrates anunciou a renúncia em março, depois de o Parlamento rejeitar o plano para reduzir o déficit.

Mas as perspectivas não parecem melhores para o atual chefe de Governo, Pedro Passos Coelho, que deve enfrentar uma recessão de 2,8% do PIB em 2012.

Encurralado pela crise, o chefe de Governo da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, viu-se forçado a antecipar as eleições para 20 de novembro. E todas as pesquisas apontam que o candidato da direita, Mariano Rajoy, derrotará os socialistas, no poder desde 2004.

"A crise também pode afetar a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francê Nicolas Sarkozy", opina Peter Morici, da Universidade de Maryland.

Sarkozy terá que fazer malabarismos para reverter a baixa popularidade (36%), a seis meses das eleições, que têm o socialista Francois Hollande como favorito.

Na Alemanha, Merkel viu a derrota de seus aliados liberais nas eleições regionais de Berlim, a última das sete votações de 2011, que representaram um desastre para a coalizão da chefe de Governo.

Em momentos de crise, os analistas advertem contra o forte aumento do populismo na Europa.

A crise aumentou a força da extrema-direita entre os jovens, assim como o espaço para movimentos sociais como os "indignados".

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