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Crise dos refugiados é sinal de sistema injusto, diz papa

Francisco reconheceu, no entanto, que os movimentos migratórios provocam problemas de segurança para os países europeus


	Papa Francisco: "Vemos estes refugiados, estas pobres pessoas que fogem da guerra e da fome, mas é apenas a ponta do iceberg. Por baixo está a causa, um sistema socioeconômico mau e injusto”
 (Christian Hartmann/Reuters)

Papa Francisco: "Vemos estes refugiados, estas pobres pessoas que fogem da guerra e da fome, mas é apenas a ponta do iceberg. Por baixo está a causa, um sistema socioeconômico mau e injusto” (Christian Hartmann/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2015 às 09h53.

A crise dos refugiados na Europa é "a ponta do iceberg" de um sistema socioeconômico "mau e injusto", afirmou o papa Francisco em uma entrevista de rádio transmitida nesta segunda-feira.

"Vemos estes refugiados, estas pobres pessoas que fogem da guerra e da fome, mas é apenas a ponta do iceberg. Por baixo está a causa, um sistema socioeconômico mau e injusto” disse o papa na entrevista concedida em 8 de setembro à rádio católica portuguesa Renascença.

"Ali onde se origina a fome é necessário criar fontes de trabalho e de investimento. Ali onde está a causa da guerra é preciso trabalhar para a paz", afirmou o pontífice, que recordou ser filho de imigrantes italianos que se mudaram para a Argentina.

Francisco reconheceu, no entanto, que os movimentos migratórios provocam problemas de segurança para os países europeus e que existe o "risco de infiltração".

"Hoje as condições de segurança territorial não são as mesmas que antes. Temos uma guerrilha terrorista extremamente cruel a 400 km da Sicília", disse, em referência às situação na Líbia, onde atuam vários grupos armados, entre eles o Estado Islâmico (EI).

No dia 6 de setembro, o papa solicitou a todas as comunidades católicas da Europa que recebam uma família de refugiados e disse que começaria pelas duas paróquias do Vaticano.

"Duas famílias já foram designadas", revelou Francisco à rádio Renascença, sem informar a origem, ao mesmo tempo que celebrou as "numerosas reações" a sua proposta.

O papa também confirmou a intenção de visitar Portugal em 2017, por ocasião do centenário das aparições no santuário de Fátima. Também recordou que o santuário de Nossa Senhora de Aparecida, no Brasil, celebrará o tricentenário em 2017.

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