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Costa Cruzeiros pagará US$ 18,4 mil a passageiros do Costa Concordia

O pagamento será de 11 mil euros de ressarcimento, mais outros 3 mil euros para cobrir as despesas

Este é o acordo feito pela empresa italiana e o Comitê de Náufragos do Costa Concordia, formado entre outros por várias associações italianas de consumidores (Andreas Solaro/AFP)

Este é o acordo feito pela empresa italiana e o Comitê de Náufragos do Costa Concordia, formado entre outros por várias associações italianas de consumidores (Andreas Solaro/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2012 às 10h23.

Roma - A companhia Costa Cruzeiros pagará US$ 18,4 mil a cada passageiro, incluindo crianças, que viajavam no Costa Concordia, o cruzeiro que naufragou no dia 13 de janeiro na ilha italiana de Giglio.

O pagamento será de US$ 14,4 mil de ressarcimento e mais outros US$ 4 mil para cobrir as despesas. Este é o acordo feito pela empresa italiana e o Comitê de Náufragos do Costa Concordia, formado, entre outros, por várias associações italianas de consumidores, segundo um comunicado conjunto.

Já nos casos das pessoas que sofreram danos físicos e as famílias das vítimas serão feitas negociações individuais, indicou a nota.

A indenização será de US$ 14,4 mil por pessoa para 'cobrir todos os danos patrimoniais e não patrimoniais, incluindo os relacionados à perda da bagagem, além dos danos psicológicos sofridos pelos passageiros'.

As associações de consumidores calcularam que serão reembolsados ainda outros US$ 4 mil conforme cada passageiro pagou pela viagem, 'relativos ao valor do cruzeiro, ao transporte de avião ou ônibus incluído no custo total das férias, além da viagem de volta para casa, das despesas médicas e qualquer outro tipo de gasto realizado durante o cruzeiro'.

A companhia garantiu que serão devolvidos todos os bens que puderem ser recuperados, além dos que foram depositados pelos passageiros nas caixas-fortes do navio.

A Costa Cruzeiros se comprometeu também a começar um 'específico programa de assistência psicológica a todos os passageiros que o solicitarem', além de dar a oportunidade a seus clientes de cancelar sem penalidade alguma e antes de 7 de fevereiro os cruzeiros que haviam reservado antes do acidente.

'É um acordo histórico, que põe um ponto final em um episódio dramático. Uma verdadeira ação legal coletiva resolvida fora dos tribunais e que dá um ressarcimento pelo estresse sofrido e pelas férias interrompidas', explicou em uma nota o presidente da Associação para a Defesa e a Orientação dos Consumidores (ADOC), Carlo Pileri.

Pileri afirmou que além do código de turismo italiano, também levou em conta outras normas internacionais, já que no cruzeiro naufragado havia passageiros de várias nacionalidades.


A empresa divulgará esse acordo em vários idiomas para que todos os passageiros possam aderir, acrescentou a nota, e se comprometeu a finalizar o ressarcimento uma semana após o passageiro aceitar essa oferta, além de lembrar que, por exemplo, um casal com duas crianças receberá US$ 65,8 mil, US$ 57,9 mil de indenização pelo acidente e cerca de US$ 7,8 mil pela viagem.

A Costa Cruzeiros emitiu um comunicado no qual desmentiu algumas informações segundo as quais teria oferecido desconto para viajar em novos cruzeiros aos passageiros envolvidos no naufrágio do Costa Concordia.

Já a Associação de Consumidores italiana Codacons aconselhou os passageiros a não aceitarem essa oferta, a qual considerou uma 'esmola'.

A Codacons anunciou em seu site que iniciará em Miami, com a colaboração de dois escritórios de advocacia americanos, uma ação judicial coletiva para pedir à Costa Cruzeiros uma indenização de US$ 164,5 mil para cada passageiro.

'Esse acidente teve uma gravidade enorme e todos os que estavam a bordo do navio têm o direito não só a serem ressarcidos pelos danos materiais ou físicos, mas também pelos morais', explicou o presidente da Codacons, Carlo Rienzi.

O cruzeiro Costa Concordia, no qual viajavam 4.229 pessoas, das quais 3.209 eram passageiros, naufragou em frente à ilha de Giglio, no mar Tirreno, na noite de 13 de janeiro.

No naufrágio, morreram até o momento 16 pessoas, entre elas um espanhol e um peruano, e as buscas por 22 desaparecidos ainda continuam.

A companhia admitiu que o naufrágio aconteceu depois que o capitão do cruzeiro, Francesco Schettino, atualmente em prisão domiciliar, decidiu sem autorização nenhuma se aproximar da costa da ilha de Giglio e chocou contra uma rocha, o que provocou a ruptura do casco e a entrada de água.

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