Mundo

Corte secreta dos EUA diz que programa da NSA é legal

O tribunal encarregado de supervisionar os programas de espionagem da agência assegurou que eles não violam a privacidade


	Prédio-sede da NSA em Fort Meade: segundo o tribunal, nenhuma companhia de telecomunicações do país se negou a entregar ao governo os registros de seus clientes
 (NSA/Divulgação via Reuters)

Prédio-sede da NSA em Fort Meade: segundo o tribunal, nenhuma companhia de telecomunicações do país se negou a entregar ao governo os registros de seus clientes (NSA/Divulgação via Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2013 às 08h08.

Washington - O tribunal encarregado de supervisionar os programas de espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA, sigla em inglês) dos Estados Unidos assegurou nesta terça-feira que eles são legais e não violam a privacidade, e revelou que nenhuma companhia de telecomunicações do país se negou a entregar ao governo os registros de seus clientes.

A Corte Fisa, criada pela Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira (Fisa) e encarregada de supervisionar a atividade da NSA, publicou hoje um documento com data de 29 de agosto e tornado público recentemente que oferece sua justificativa mais ampla até agora de um dos programas de espionagem, o de registros telefônicos.

A juíza federal Claire V. Eagan declarou no documento que o programa de vigilância telefônica é legal e não viola os direitos dos americanos, pois a proteção à privacidade garantida pela Constituição não se aplica aos arquivos empresariais, como os registros de ligações telefônicas.

No entanto, Claire admitiu que foi criado um debate sobre o programa por causa das revelações do ex-técnico da CIA, Edward Snowden, que divulgou sua existência.

"Após essas revelações, a questão de se o governo quer continuar com o programa citado neste memorando e até que ponto quer fazê-lo é um assunto para os políticos", escreveu Claire no documento.

A juíza se referia ao programa da NSA com base na lei antiterrorista de 2001, com o qual o governo pode monitorar diariamente e de forma ilimitada os registros telefônicos de milhões de clientes da Verizon, AT&T e Sprint durante três meses, mas sem acesso ao conteúdo das conversas.

A juíza revelou, além disso, que nenhuma das companhias de telecomunicação se negou a obedecer uma ordem da corte para que entregassem os registros de seus clientes à NSA.

"Até agora, nenhum possuidor de registros que recebeu uma ordem para entregar metadados telefônicos em massa questionou a legalidade desse tipo de ordem", afirmou Claire.

O diretor de inteligência nacional dos EUA, James Clapper, comemorou em comunicado que o memorando afirmou que a compilação de registros telefônicos é "legal e constitucional".

Por outro lado, o porta-voz do grupo de direitos civis União Para as Liberdades Civis (ACLU, sigla em inglês), Jameel Jafeer, considerou que a opinião da corte "não é convincente".

"Em seu conjunto, a opinião só confirma o disparate de confiar os direitos de privacidade a uma corte que só escuta os argumentos do governo", declarou Jafeer em comunicado.

A publicação do documento faz parte de uma tentativa das agências de inteligência dos EUA de disponibilizar mais informação sobre os polêmicos programas de espionagem, por ordem do presidente Barack Obama, e reuni-las em um só site, "http://icontherecord.tumblr.com". 

Acompanhe tudo sobre:EspionagemEstados Unidos (EUA)NSAPaíses ricos

Mais de Mundo

Kamala Harris acelera em busca de votos nos estados indecisos

'Não quero usar o termo guerra civil, mas temo muito', diz Amorim sobre crise venezuelana

Com vices definidos, campanhas nos EUA iniciam maratona de comícios em estados decisivos

Argentina reconhece Edmundo González como presidente eleito da Venezuela

Mais na Exame