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Corte orçamentário ameaça missões do Pentágono, diz Hagel

O eventual corte faria com que a Marinha desativasse unidades, a Força Aérea cortasse horas de voo e o Exército reduzisse treinamentos

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 1 de março de 2013 às 21h45.

Washington - O novo secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, disse na sexta-feira que a incerteza orçamentária - com a possibilidade de novos cortes de 46 bilhões de dólares nas verbas da Defesa - põe em risco o cumprimento de todas as missões do Pentágono.

Na sua primeira entrevista coletiva desde que tomou posse no cargo, na quarta-feira, Hagel disse que, por causa dos cortes, a Marinha terá de gradualmente desativar quatro unidades aéreas, a Força Aérea terá de cortar imediatamente as horas de voo, e o Exército irá reduzir treinamentos.

"Deixe-me deixar claro que essa incerteza põe em risco nossa capacidade de cumprir efetivamente todas as nossas missões", disse Hagel, acrescentando que, enquanto os cortes continuarem em vigor, "seremos forçados a assumir mais riscos, com medidas que irão progressivamente ter efeitos abrangentes".

Hagel, no entanto, adotou um tom mais moderado que outras autoridades de defesa, segundo as quais os cortes orçamentários seriam devastadores e poderiam transformar as Forças Armadas dos EUA em um poderio de segunda categoria.

O novo secretário disse que os EUA "têm a melhor força de combate, a mais capacitada força de combate, a mais poderosa força de combate do mundo", e garantiu que "a gestão dessa instituição, a começar com o Estado-Maior, não vai permitir a erosão de tal capacidade".

"Vamos gerir essas questões. Há ajustes. Antecipamos esse tipo de realidade, e vamos fazer o que precisamos para assegurar as capacidades das nossas forças", acrescentou Hagel.

As declarações do secretário foram feitas num dia em que a Casa Branca e o Congresso fracassaram novamente na busca de um acordo que impeça o chamado "sequestro" de 85 bilhões de dólares do orçamento governamental, que começa a vigorar à meia-noite, conforme prevê uma lei de 2011 que resolveu uma crise fiscal anterior.


Se realmente não houver acordo até o final da sexta-feira, o presidente Barack Obama deverá notificar o Congresso sobre o sequestro orçamentário, que inclui um corte de 46 bilhões de dólares em gastos do Pentágono até 30 de setembro.

Hagel disse que uma prioridade do Pentágono será proteger as verbas para a guerra do Afeganistão.

"O Exército vai restringir os treinamentos para todas as unidades, exceto as mobilizadas no Afeganistão, afetando adversamente quase 80 por cento de todas as unidades operacionais do Exército", disse ele.

Hagel afirmou ainda que neste mês o Pentágono deverá notificar preliminarmente milhares de funcionários civis sobre a concessão de uma licença não-remunerada. Autoridades dizem que a maioria dos 800 mil funcionários civis do Departamento de Defesa deve ser afetada, provavelmente tendo de tirar um dia de folga por semana durante 22 semanas, a partir de abril.

"Sei que esses cortes orçamentários vão causar dor, particularmente para a nossa força de trabalho civil e suas famílias", disse Hagel, que prometeu continuar trabalhando com o Executivo e o Congresso para tentar reverter os cortes.

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