Rafael Correa, presidente do Equador: "Se queremos sair do subdesenvolvimento temos que inaugurar uma cultura de excelência, de tolerância zero à mediocridade, à mentira, à irresponsabilidade e ao engano social" (Rodrigo Buendia/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de novembro de 2011 às 20h33.
Quito - O presidente do Equador, Rafael Correa, substituiu 15 cargos de seu governo e anunciou que radicalizará até o fim do seu mandato, em 2013, o movimento batizado por ele como "revolução cidadã".
O líder disse que não atua em função de processos eleitorais, mas por "responsabilidade histórica". Correa afirmou que agora o desafio é conseguir uma mudança cultural no país. O presidente do Banco Central também foi substituído.
"Se queremos sair do subdesenvolvimento temos que inaugurar uma cultura de excelência, de tolerância zero à mediocridade, à mentira, à irresponsabilidade e ao engano social", explicou Correa.
O presidente do Equador qualificou as mudanças como uma renovação de gabinete. Muitos dos nomeados já faziam parte do governo. O ex-presidente do Equador, Lúcio Gutiérrez, disse hoje em Madri que a medida não ajuda na "oxigenação" do governo.
"Parece que Correa não tem mais funcionários ou que os bons profissionais do país não querem comprometer-se com um governo corrupto e totalitário como o seu. A maioria dos escolhidos simplesmente foi transferida de um ministério para o outro", disse Gutiérrez.
O chanceler Ricardo Patiño, no entanto, contestou a opinião, e disse que o fato dos novos dirigentes já conhecerem o estilo de trabalho do atual governo é um ponto positivo.
Entre as mudanças, Pedro Delgado foi nomeado o novo presidente do Banco Central. O líder mudou também outros membros importantes da equipe econômica, mas manteve o ministro das Finanças, Patrício Rivera. Houve alterações também em diversos ministérios e instituições do país.
"Esta é a equipe que vai nos acompanhar até o final do governo", disse Correa, que aproveitou seu discurso no Palácio Presidencial para criticar organismos internacionais como o Banco Mundial.
"Fomos muito tolerantes com corrupção, mentiras, dupla moral, ingerência externa e entreguismo. Nossa América está mudando e uma época nefasta chegou ao seu fim. A burocracia internacional precisa entender isso", finalizou o chefe de estado.