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Corinthians pode perder “bolada verde” do BNDES

Arena em Itaquera tem poucos dias para conseguir financiamento milionário do banco estatal; para isso, estádio precisa provar que será sustentável

Arena do Corinthians pode ser a única da Copa sem o título de "construção verde" (Divulgação)

Arena do Corinthians pode ser a única da Copa sem o título de "construção verde" (Divulgação)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 15 de dezembro de 2011 às 13h09.

São Paulo – Em obra para a Copa de 2014, o “Itaquerão”, sede do jogo de abertura do campeonato, corre o risco de ficar sem financiamento de R$ 400 milhões de reais do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Para receber o empréstimo, o Corinthians precisa provar que o estádio na Zona Leste de São Paulo será erguido dentro dos padrões da construção sustentável.

Dos 12 estádios que receberão partidas do mundial de futebol, 10 já estão inscritos no processo de certificação verde Leed, fornecido com parcimônia pelo instituto americano Green Building Council (GBC). Só o Corinthians e o Internacional-RS ainda não entraram com o pedido. Eles precisam correr contra o tempo, pois o prazo para apresentar a solicitação de financiamento junto ao BNDES termina no próximo dia 30.

Segundo o gerente técnico do GBC Brasil, Marcos Casado, o Inter já manifestou interesse pela certificação de construção sustentável e até a semana que vem deve inscrever o estádio Beira-Rio no processo. Já o clube paulista permanece uma incógnita.

EXAME.com entrou em contato com Corinthians para saber se o “Itaquerão”, que já tem quase 20% das obras concluídas, vai ou não participar do processo, mas a reportagem não obteve resposta. A bolada verde do BNDES cobriria metade do custo previsto para a construção da nova arena, orçado em até 850 milhões de reais.

“Além do financiamento, a cidade de abertura da Copa pode perder a oportunidade de ganhar um estádio modelo em sustentabilidade”, alerta Casado. Mais, se o Inter realmente entrar com pedido de certificação na semana que vem, o “Fielzão” será o único entre os 12 estádios que receberão jogos da Copa sem o selo de ecológico.

Ecoarenas

Para receber o título de construção verde, os estádios deverão atender alguns pré-requisitos. São avaliados o consumo de energia, o reaproveitamento de água, o uso de materiais certificados ou reciclados na construção e no mobiliário, a localização do prédio e a baixa produção de resíduos, entre outros itens.

Além disso, as ecoarenas devem respeitar a vários outros critérios que valem pontos e, conforme o atendimento mínimo de 40 dos 110 pontos, a obra obtém o selo nível básico, prata, ouro ou platina, dependendo do desempenho da construção. Entre os estádios-sede da Copa, Brasília é o que tem o projeto mais ambicioso.

O novo Mané Garrincha é a primeira arena de futebol do planeta a buscar a certificação máxima da construção verde. De acordo com o GBC Brasil, o custo inicial de uma obra sustentável é de 1 a 7% maior que uma obra convencional. Porém, o custo operacional tem redução mensal de 9% com economia de água, energia e em gastos com manutenção.

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