Exercício militar dos EUA e Coreia do Sul perto da fronteira militar com a Coreia do Norte (REUTERS/Kim Hong-Ji/Reuters)
EFE
Publicado em 28 de abril de 2017 às 13h31.
Última atualização em 28 de abril de 2017 às 14h34.
Nações Unidas - A Rússia afirmou nesta sexta-feira que a Coreia do Norte não deixará seu programa nuclear enquanto for ameaçada pela presença militar dos Estados Unidos na região e se mostrou totalmente contrária ao uso da força contra o país asiático.
"Todos devem saber que a Coreia do Norte não renunciará às armas nucleares enquanto houver uma ameaça direta contra sua segurança. E isso é precisamente o que os norte-coreanos enxergam nas manobras militares a grande escala dos Estados Unidos", disse o vice-ministro russo de Assuntos Exteriores, Guennadi Gatilov.
O responsável russo insistiu que a presença americana no Extremo Oriente, incluído o escudo antimísseis que começou a desdobrar na Coreia do Sul, escava o "equilíbrio militar" na região e é um elemento de "desestabilização".
Gatilov deixou claro que seu país condena as provocações norte-coreanas, mas insistiu que a possibilidade de usar a força contra o país asiático é "inaceitável".
"A retórica combativa junto com uma posição de força insensata levou o mundo a se perguntar se vai haver ou não a guerra", lamentou.
O vice-ministro russo se pronunciou assim em um discurso perante o Conselho de Segurança da ONU, onde hoje os Estados Unidos defenderam a necessidade de aumentar a pressão sobre o governo norte-coreano e se mostrou disposto a utilizar meios militares se fosse necessário para responder a ações do regime norte-coreano.
Gatilov avisou que, nessa situação de tensão, um "mal entendido" pode ter graves consequências e pediu moderação e diálogo.
Para a Rússia, a saída para a situação da Coreia do Norte acontece por negociações e defendeu nesse sentido as propostas de China para que o país asiático suspenda seus testes armamentísticos com a condição de que EUA e Coreia do Sul deixem suas manobras militares.