Protestos na Coreia do Sul: o protesto anterior acabou em confrontos entre os manifestantes e a polícia, que usou gás pimenta e canhões de água (Chung Sung-Jun / Getty Images)
Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2015 às 09h53.
O ministro da Justiça da Coreia do Sul voltou a dizer hoje (27) que haverá tolerância zero a atos violentos durante protestos nas vésperas de uma manifestação antigovernamental marcada para a próxima semana em Seul.
Em um discurso transmitido pela televisão nacional, Kim Hyun-Woong afirmou que o Governo está determinado em “erradicar” qualquer desordem pública, sublinhando que os infratores vão “pagar o preço”.
O ministro fez uma advertência idêntica antes de um protesto antigovernamental no último dia 14, na capital, que contou com a adesão de cerca de 60 mil pessoas e acabou em confrontos entre os manifestantes e a polícia, que usou gás pimenta e canhões de água para manter a ordem.
Uma manifestação similar foi convocada para o próximo dia 5. O foco dos protestos é abrangente, indo desde a oposição a reformas trabalhistas até a abertura do setor agrícola e os planos de imposição de livros de história, produzidos pelo governo, nas escolas.
A presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, condenou o protesto de 14 de novembro, qualificando-o como um esforço para “negar o Estado de Direito” e defendeu medidas contra aqueles que foram identificados como incitadores à violência.
Ela também defendeu que o uso de máscaras pelos manifestantes deveria ser proibido, argumentando que esse é o tipo de prática adotada pelo grupo extremista Estado Islâmico.
O seu partido, o conservador Saenuri, apresentou na quarta-feira (25) uma proposta de lei ao Parlamento para banir as máscaras.
O protesto de 14 de novembro foi liderado pela Confederação de Sindicatos (KCTU) e pela federação de associações de agricultores, conhecida como Junnong.
O presidente da KCTU, Han Sang-Kyun, acusado pela polícia de incitar a violência durante o protesto, refugiou-se no interior de um grande templo budista em Seul, nas últimas duas semanas.
O ministro da Justiça da Coreia do Sul instou Han Sang-Kyun a entregar-se, advertindo que quem quer que o tenha ajudado a escapar da polícia também vai ser detido.