Seul - O luto da Coreia do Sul pelos mais de 300 mortos no naufrágio da embarcação Sewol se desvanece à medida que a socidade procura culpados, com a presidente no ponto de mira, em um país que sente falhas apesar de seu forte desenvolvimento econômico.
A recente renúncia do primeiro-ministro entre fortes críticas ao Executivo por seu desastroso papel nesta tragédia causada por uma cadeia de despropósitos não parece suficiente para um país desolado e indignado, que passou a apontar diretamente para sua chefe de Estado, Park Geun-hye.
Park, que aceitou e encorajou a renúncia de seu primeiro ministro, é cada vez mais criticada por carregar a responsabilidade em outras pessoas desde dias posteriores ao fato, nos quais apontou diretamente o capitão como culpado comparando sua conduta com a de um "assassino".
Ahn Cheol-soo, co-líder do principal partido opositor Nova Aliança Política e um dos políticos mais respeitados do país, afirmou hoje que a presidente é uma "covarde que mostra sua responsabilidade" ao entregar a cabeça do primeiro-ministro e nem sequer pede desculpas aos cidadãos.
Tanto os meios de comunicação como os familiares das vítimas acham que o governo reagiu tardiamente e com descoordenação ao acidente de quarta-feira, o que impediu o salvamento de mais vidas, e também acusam Seul de não ter feito os suficientes esforços nos trabalhos de resgate durante os primeiros dias.
Além disso, para grande parte da socidade sul-coreana, o naufrágio evidenciou o mal funcionamento do novos sistema de prevenção e resposta a desastres instaurado por Park após sua chegada ao poder há pouco mais de um ano em cumprimento de uma de suas promessas eleitorais.
Alguns meios de comunicação também lamentam que o surpreendente crescimento econômico que a Coreia do Sul alcançou nas últimas décadas não tenha sido acompanhado de padrões de segurança no nível dos da Europa ou EUA.
Por exemplo, a rede "Arirang" afirmou que a balsa tinha passado por inspeções correspondentes apesar de alguns dos coletes salva-vidas terem mais de 20 anos e estarem deteriorados e o desdobramento automático dos botes de emergência não ter funcionado adequadamente.
"É uma vergonha que ocorra algo assim em um país desenvolvido, isto é impensável em outros lugares", opinou um cidadão indignado no site sul-coreana "Naver", em um comentário que recebeu um grande apoio de outros internautas.
Por outro lado, também não faltaram os meios de comunicação estrangeiros que sugeriram a influência no fato da cultura confucionista coreana, na qual a obediência às autoridades é um dos princípios básicos que são colocados nas cabeças das crianças.
Assim, quando o barco afundava e a tripulação solicitou que todo o mundo permanecesse em seus assentos, poucos foram os que desobedeceram e salvaram suas vidas.
O naufrágio da embarcação Sewol também se compara cada vez mais com um ocorrido em 1993 com quase 300 mortos e que já suscitou uma tempestade política no país.
Um total de 476 pessoas viajavam na embarcação, a maioria estudantes de 16 e 17 anos. Desde a tragédia, mais de cem corpos ainda estão desaparecidos, o que eleva virtualmente o número de mortos a 302.
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1. Vidas perdidas
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1/16 (KIM HONG-JI/Reuters)
São Paulo - Caso os 291 desaparecidos estejam mortos, pode chegar perto de 300 o número de vítimas fatais no naufrágio da balsa Sewoe. A
embarcação levava 459 pessoas quando afundou na costa meridional da
Coreia do Sul. A seguir, veja outras
tragédias no mar que causaram grande perda de vidas.
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2. SS General Slocum
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2/16 (Domínio Público)
Era 15 de junho de 1904 quando a embarcação SS General Slocum afundou em Nova York com 1342 pessoas à bordo. O naufrágio se deveu a um incêndio na embarcação e causou 1021 mortes.
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3. Titanic
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3/16 (Wikimedia Commons)
Um dos naufrágios mais famosos de todos os tempos, o Titanic afundou durante viagem inaugural quando próximo à província de Newfoundland, no Canadá em 15 de abril de 1912. Das 2.228 pessoas à bordo, 1.523 morreram.
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4. The Empress of Ireland
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4/16 (Domínio Público)
O choque com um cargueiro norueguês causou o naufrágio do The Empress of Ireland em 29 de maio de 1914. O desastre aconteceu no rio São Lourenço, no Canadá. Nele, 1.102 das 1.477 pessoas à bordo teriam morrido.
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5. RMS Lusitania
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5/16 (Domínio Público)
Era 7 de maio de 1915. Na Irlanda, o RMS Lusitania é torpedeado por alemães e afunda em 18 minutos com 2.198 pessoas à bordo. O naufrágio do navio de contrabando causou 1.198 mortes.
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6. SS Eastland
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6/16 (Domínio Público)
Com mais 2.500 pessoas à bordo, o SS Eastland não chegou a terminar mais um de seus passeios turísticos em Chicago, nos Estados Unidos. Morreram 800 pessoas na tragédia, que aconteceu em 24 de julho de 1915.
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7. Royal Edward
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7/16 (Domínio Público)
Dois torpedos alemães atingiram em 13 de agosto de 1915 a embarcação Royal Edward, que levava 1.587 pessoas à bordo. O naufrágio matou 935 passageiros e aconteceu a 11 km de Kandeliusa, no Mar Egeu.
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8. SS Hong Moh
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8/16 (China Photos/Getty Images)
O SS Hong Moh navegava pelo sul da China em 3 de março de 1921 quando se chocou com pedras, partindo-se em dois e terminando por afundar. Quando o resgate chegou, três dias após a colisão, encontrou quase todos os 1000 passageiros já mortos.
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9. SS Kiangya
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9/16 (Domínio Público)
Uma explosão causou o naufrágio da embarcação do SS Kiangya em 4 de dezembro de 1948. Oficialmente, havia 2.150 pessoas à bordo - mas imagina-se que até 4 mil pessoas possam ter morrido no acidente.
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10. Novorossiysk
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10/16 (Esg/Wikimedia)
Principal embarcação da esquadra soviética no mar Negro, o Novorossiyk afundou em 29 de outubro de 1955. No desastre, as 609 pessoas que estavam à bordo morreram.
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11. Salem Express
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11/16 (Destroços do navio Salem Express)
Quem estava no porto de Safaga em 15 de dezembro de 1991 viu o Salem Express naufragar após colidir com o recife de Hyndman. Dos 690 pessoas na embarcação, 464 morreram.
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12. Estonia
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12/16 (Domínio Público)
Quando o navio Estonia afundou em 28 de setembro de 1994, 852 das 989 pessoas à bordo morreram. A tragédia aconteceu nas proximidades da Ilha de Utoe, na Finlândia.
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13. MV Bukoba
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13/16 (Domínio Público)
O MV Buboka tinha capacidade para 430 pessoas. Em 21 de maio de 1996, quando afundou, levava 800 à bordo. A maioria delas morreu no desastre, que aconteceu no lago Victoria, na Tanzânia.
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14. Al Salam Bocaccio 98
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14/16 (sky#walker/Wikimedia)
Tendo partido de Duba, na Arábia Saudita, o Al Salam Bocaccio afundou a 90 km de Safaga, no Egito, em 3 de fevereiro de 2006 - causando 1.206 mortes. A embarcação levava 1.414 pessoas à bordo.
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15. Princess of the Stars
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15/16 (Domínio Público)
Levando carga e 825 pessoas à bordo, o Princess of the Stars afundou em 21 de junho de 2008 perto da província de Romblon, nas Filipinas. O acidente causou 773 mortes.
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16. Agora, veja o resgate do Sewoe
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16/16 (KIM HONG-JI/Reuters)