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Coreia do Sul pode participar da cúpula com EUA e Coreia do Norte

Representantes dos EUA e da Coreia do Norte estão reunidos na fronteira intercoreana para organizar a cúpula que pode contar com Moon Jae-in

Na semana passada Trump cancelou a reunião com Kim Jong-un, mas os países já voltaram a negociar a cúpula (Jim Bourg/Reuters)

Na semana passada Trump cancelou a reunião com Kim Jong-un, mas os países já voltaram a negociar a cúpula (Jim Bourg/Reuters)

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EFE

Publicado em 28 de maio de 2018 às 11h51.

Seul - A Coreia do Norte e os Estados Unidos continuam mantendo nesta segunda-feira conversas decisivas para conseguir realizar a cúpula entre os líderes dos dois países, que agora também poderá contar com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in.

Uma equipe de funcionários dos EUA altamente especializados está reunida no lado norte da fronteira intercoreana com figuras-chave do regime para organizar a esperada cúpula entre o presidente americano, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, segundo revelou a Casa Branca.

Está previsto que o primeiro encontro da história entre os líderes dos dois países aconteça em 12 de junho em Singapura, depois que o presidente americano chegou a cancelá-lo na última quinta-feira e depois se retratou após uma troca de mensagens conciliadoras.

As reuniões que devem durar até amanhã, terça-feira, servirão para concretizar a agenda da cúpula, principalmente em torno do tema da desnuclearização, e estão lideradas por Sung Kim, atual embaixador dos EUA nas Filipinas, e Choe Son-hui, vice-chanceler norte-coreana cujas duras palavras contra Washington motivaram o cancelamento da cúpula por parte de Trump.

A convocação de Sung Kim, ex-embaixador na Coreia do Sul e experiente negociador no que corresponde ao programa nuclear de Pyongyang, reflete a vontade da Casa Branca para conseguir que a reunião finalmente aconteça em Singapura em 12 de junho, como estava previsto.

Considerado o diplomata americano com maior conhecimento sobre o regime norte-coreano, Sung Kim já esteve na Coreia do Norte em 2008 para compilar documentação sobre as operações do reator nuclear de Yongbyon como parte das negociações de seis lados para tentar conseguir a desnuclearização de Pyongyang.

Sung Kim, nascido em Seul e fluente em coreano, acabou sendo nomeado como o máximo representante americano para essas negociações que fracassaram, antes de assumir a Embaixada em Seul de 2011 a 2014.

Choe, por sua vez, é uma integrante de peso da engrenagem diplomática de Pyongyang e foi promovida em fevereiro de diretora do departamento para a América do Norte no Ministério de Relações Exteriores para vice-ministra diante da esperada rodada de contatos com Washington.

A vice-chanceler foi intérprete nas negociações nucleares entre a Coreia do Norte e os EUA nos anos 1990 e nas mencionadas conversas de seis lados, onde coincidiu com Sung Kim.

Essas duas figuras têm como missão chegar a um ponto de encontro em torno do espinhoso tema da desnuclearização depois que ambos os lados revelaram aspirações completamente divergentes, com Pyongyang condenando o modelo "unilateral" de desarmamento defendido por vários integrantes do governo Trump.

Nesse contexto, a Coreia do Norte considera que os EUA não foram capazes de sugerir se concederiam as garantias suficientes para a sobrevivência do regime, que parece insistir na necessidade da assinatura de um tratado de paz, já que a Guerra da Coreia acabou com um armistício, para afastar a ameaça de uma possível invasão.

Por outro lado, a agência sul-coreana "Yonhap" informou hoje, citando fontes diplomáticas, que Kim Chang-son, considerado o chefe de gabinete de Kim Jong-un, fez hoje escala em Pequim antes de seguir rumo a Singapura.

Está previsto que ele lidere a representação norte-coreana que se reunirá a partir de amanhã com uma delegação dos EUA comandada por Joe Hagin, chefe de gabinete adjunto da Casa Branca para operações, para tratar da segurança e da logística em torno da cúpula.

Para esta melhoria nas previsões sobre a realização da cúpula na data prevista foi crucial a reunião que realizaram no sábado passado, em sigilo e de surpresa, o próprio Kim Jong-un e Moon Jae-in, cujo trabalho de mediação entre Pyongyang e Washington está sendo indispensável.

Para manter essa dinâmica positiva com o Norte, Moon ordenou hoje a seus assessores que ativem todos os mecanismos para permitir que ele e Kim possam sereunir sem grandes preparativos prévios sempre que for necessário.

De fato, o próprio Moon poderia viajar para Singapura em junho para realizar uma cúpula trilateral com Kim e com o presidente Trump, admitiu hoje o escritório presidencial sul-coreano, ao acrescentar que a decisão dependerá das conversas atuais entre as delegações comandadas por Sung Kim e Choe Son-hui.

Caso aconteça, a cúpula trilateral poderia girar em torno das mencionadas medidas para garantir a segurança do regime e a possível assinatura de um tratado de paz multilateral que ponha fim ao estado de guerra na península.

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