Busan, Coreia do Sul: se o ritmo de nascimentos sul-coreanos não aumentar, segunda maior cidade do país poderá ser a primeira a sumir (Duesride/Wikimedia Commons)
Gabriela Ruic
Publicado em 1 de setembro de 2014 às 15h57.
São Paulo – A Coreia do Sul pode deixar de existir em 2750. É o que prevê um relatório produzido pelo departamento de pesquisas da Assembleia Nacional do país, revelado pelo jornal Chosun Ilbo. De acordo com o documento, se a taxa de natalidade não sair do patamar registrado em 2013 de 1,19 filho por mulher, a população sul-coreana estará totalmente extinta antes da chegada do próximo milênio.
As simulações da pesquisa constataram que, no ritmo atual de nascimentos, a população do país, que hoje soma 50 milhões de pessoas, será de 40 milhões em 2056, 20 milhões em 2100, 10 milhões em 2136 e assim seguirá diminuindo até desaparecer em 2750.
E a primeira cidade que deve sofrer com este “sumiço”, explicou o jornal, será Busan, a segunda maior de toda a Coreia do Sul e principal porto do país.
Conforme números divulgados pelo site da prefeitura local, Busan conta atualmente com mais de 3 milhões de habitantes e uma média de 79 nascimentos por dia. Entretanto, diz a pesquisa, a metrópole corre o risco de registrar o nascimento de seu último cidadão em 2413.
Críticas
Os números revelados pela pesquisa são alarmantes, mas o estudo deixa de considerar importantes fatores que podem virar o jogo para a população do país. O The Wall Street Journal lembra a possibilidade de uma união com a Coreia do Norte, o que certamente impulsionaria o número de habitantes locais e evitaria uma possível extinção.
Além disso, é preciso enxergar que o número de nascimentos pode aumentar, uma vez que a média de 2013 não é a menor já registrada no país. Em 2005, revelam números compilados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a Coreia do Sul chegou ao patamar de 1,05 filho por mulher, mas deu a volta por cima e atingiu 1,12 no ano seguinte.
Medidas drásticas
A baixa taxa de natalidade não é exatamente novidade na lista de preocupações das autoridades da Coreia do Sul. Inclusive, o país já adotou medidas no mínimo curiosas para tentar deixar seus cidadãos animados com a ideia de renovar a população.
Em 2010, informou o The Independent, o ministério da Saúde determinou que, toda quarta-feira, as luzes de sua sede fossem desligadas às 19h30, numa tentativa de forçar os funcionários a irem para casa mais cedo. O motivo, contudo, não teve a ver com gratifica-los com horas de lazer em frente à televisão, mas sim oferecê-los mais tempo para que pudessem se dedicar à procriação.