Coreia do Norte: "uma investigação inicial indica que ele estava engajado em espionagem anti-RDPC e em atividades para incitar golpes em um terceiro país", disse agência (Reuters)
Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2013 às 09h52.
Seul - A Coreia do Norte informou nesta quinta-feira que prendeu um espião sul-coreano e o investiga por acusações de espionagem, em um raro relato da captura de um agente secreto por parte de um dos países rivais.
O homem foi preso na capital norte-coreana, Pyongyang, e confessou ter entrado no país ilegalmente, disse o Ministério da Segurança do Estado norte-coreano, em declarações reproduzidas pela agência oficial de notícias KCNA.
"Uma investigação inicial indica que ele estava engajado em espionagem anti-RDPC e em atividades para incitar golpes em um terceiro país que faz fronteira com a RDPC há quase seis anos, enquanto se disfarçava de religioso", disse a KCNA, referindo-se ao nome oficial da Coreia do Norte, República Democrática Popular da Coreia (RDPC).
A KCNA não identificou o suspeito nem o "terceiro país". Não entrou em detalhes sobre o que queria dizer com "religioso".
"Ele entrou na RDPC para reunir elementos desonestos dentro da fronteira da RDPC e usá-los para minar a estabilidade do sistema social", disse a KCNA, sem dar mais detalhes.
Uma autoridade do Serviço Nacional de Inteligência do Sul rejeitou o relato como "sem fundamento", e disse que a agência não tinha nada mais a declarar.
Anúncios públicos de prisões de agentes secretos tanto pelo Sul quanto pelo Norte se tornaram raros apesar do nível elevado de atividades de espionagem conduzidas pelos rivais desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53).
A Coreia do Norte processou cidadãos norte-americanos por conspirarem para minar a segurança do país e mantém preso um missionário sul-coreano nascido nos Estados Unidos que foi condenado a 15 anos de trabalho forçado.
Norte e Sul estão em um impasse depois que uma nova tentativa de promover o diálogo fracassou em setembro, em meio a dúvidas de ambos os lados sobre a sinceridade do outro no processo que buscava aliviar as tensões.
Meses de retórica hostil no início deste ano levaram a tensão a seu nível mais alto em anos. A Coreia do Norte, que conduziu testes nucleares, ameaçou inclusive realizar um ataque nuclear contra os EUA e à Coreia do Sul.