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Coreia do Norte diz que morte de estudante dos EUA é "mistério"

Governo norte-coreano rejeitou acusações de que o estudante morreu por ter sido torturado e espancado durante a detenção pelo regime norte-coreanos

Otto Warmbier, de 22 anos, foi preso na Coreia do Norte durante uma visita de turismo (Kyodo/Reuters)
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Reuters

Publicado em 23 de junho de 2017 às 09h07.

Seul - A Coreia do Norte disse nesta sexta-feira que a morte do estudante universitário norte-americano Otto Warmbier pouco depois de sua volta para casa é um mistério e rejeitou acusações de que ele morreu por ter sido torturado e espancado durante a detenção pelo regime norte-coreanos, classificando-as de "infundadas".

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores norte-coreano também disse, em comentários divulgados pela agência de notícias oficial KCNA, que Warmbier foi "uma vítima da política de paciência estratégica" do ex-presidente norte-americano Barack Obama, cujo governo nunca solicitou sua libertação.

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"O fato de que Warmbier morreu subitamente menos de uma semana depois de sua volta aos EUA com indicadores de estado de saúde normal é um mistério para nós também", disse o porta-voz, segundo a KCNA.

Warmbier, de 22 anos, foi preso no país recluso durante uma visita de turismo. Ele foi condenado a 15 anos de trabalhos forçados por tentar roubar um objeto com um slogan de propaganda de seu hotel, disse a mídia estatal da Coreia do Norte.

Ele foi levado de volta aos Estados Unidos na semana passada em coma, com danos cerebrais e o que médicos descreveram como um estado de "vigília passiva", e morreu na segunda-feira.

Sua morte intensificou o conflito entre Pyngyang e os EUA, já agravado pelos lançamentos de mísseis e dois testes nucleares norte-coreanos desde o início do ano passado, parte de seu esforço para desenvolver um míssil balístico intercontinental capaz de portar uma ogiva nuclear e atingir o território continental dos EUA.

O presidente dos EUA, Donald Trump, culpou a "brutalidade do regime norte-coreano" pela morte, e seu colega sul-coreano, Moon Jae-in, que vinha defendendo o diálogo com o vizinho, disse que Pyongyang teve uma "grande responsabilidade" nos acontecimentos que levaram à morte do estudante.

O porta-voz da Coreia do Norte disse que tais acusações são parte de uma campanha para difamar o país, que deu "tratamentos e cuidados médicos com toda a sinceridade" a uma pessoa que "claramente era um criminoso".

Médicos norte-americanos que viajaram ao país recluso na semana passada para retirar Warmbier reconheceram que este "lhe ofereceu tratamento médico e o trouxe de volta à vida quando seu coração quase parou", disse o porta-voz não-identificado do ministério.

"Embora Warmbier fosse um criminoso que cometeu um ato hostil contra a RPDC (República Popular Democrática da Coreia, o nome oficial do país), aceitamos os pedidos reiterados do atual governo dos EUA e, em consideração à sua má saúde, o enviamos de volta para casa por razões humanitárias", afirmou o porta-voz.

A causa exata da morte de Warmbier ainda não está clara.

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