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Coreia do Norte dispara mísseis balísticos pela quarta vez em uma semana

Os militares sul-coreanos anunciaram que detectaram dois mísseis de curto alcance disparados a partir da área de Sunan, em Pyongyang, em direção ao Mar do Japão

Coreia do Norte: executou neste ano um número recorde de testes armamentistas, incluindo o lançamento de vários mísseis balísticos (FP PHOTO/KCNA VIA KNS/AFP)
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AFP

Publicado em 1 de outubro de 2022 às 08h51.

A Coreia do Norte disparou neste sábado (1) dois mísseis balísticos, o quarto teste de armas do país durante a semana, informaram as Forças Armadas da Coreia do Sul, ao mesmo tempo que Seul, Tóquio e Washington intensificam os exercícios militares conjuntos.

Os militares sul-coreanos anunciaram que detectaram dois mísseis de curto alcance disparados a partir da área de Sunan, em Pyongyang, em direção ao Mar do Japão.

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"Os mísseis viajaram aproximadamente 350 km a uma altura de 30 km", afirmou o Estado-Maior Conjunto de Seul em um comunicado.

O Japão também confirmou o lançamento e destacou que os mísseis caíram fora da zona econômica exclusiva nipônica.

O vice-ministro japonês da Defesa, Toshiro Ino, disse que os mísseis "parecem ter seguido trajetórias irregulares".

"A Coreia do Norte executa lançamentos de mísseis a um ritmo sem precedentes", acrescentou.

Analistas destacam que a trajetória irregular indica que os mísseis são capazes de manobrar em pleno voo, o que dificulta ainda mais o rastreamento e interceptação.

O Comando Indo-Pacífico dos Estados Unidos afirmou em um comunicado que o lançamento mais recente "evidencia o impacto desestabilizador dos programas de ADM (armas de destruição em massa) e de mísseis balísticos da Coreia do Norte".

Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos executaram manobras submarinas na sexta-feira, pouco depois dos exercícios em larga escala de Washington e Seul perto da península coreana.

A vice-presidenta americana, Kamala Harris, visitou a capital sul-coreana na quinta-feira e conheceu a Zona Desmilitarizada que divide as Coreias, uma viagem com o objetivo de reforçar o compromisso de Washington com Seul diante de Pyongyang.

Com as negociações estagnadas, a Coreia do Norte executou neste ano um número recorde de testes armamentistas, incluindo o lançamento de vários mísseis balísticos.

O país também aprovou uma lei que declara "irreversível" seu status de país com armas nucleares.

- Ameaça -

A Coreia do Norte disparou vários mísseis para coincidir com a visita de Harris: mísseis balísticos de curto alcance no domingo, quarta-feira e quinta-feira, alguns deles poucas horas depois de a vice-presidente americana encerrar a viagem à Coreia do Sul.

O governo dos Estados Unidos mantém 28.500 soldados na Coreia do Sul para ajudar na proteção contra o Norte.

No governo do novo presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, que assumiu o cargo em maio, os dois países intensificaram os exercícios conjuntos, que afirmam ter um caráter puramente defensivo.

Antes da visita de Harris a Seul, Washington deslocou o porta-aviões de propulsão nuclear USS Ronald Reagan para a Coreia do Sul para participar em um exercício naval de larga escala, o que irritou Pyongyang, que considera as manobras um teste para uma invasão.

"Os testes norte-coreanos de mísseis balísticos de curto alcance são menos importantes do que um teste nuclear, mas também violam as resoluções do Conselho de Segurança da ONU", disse Leif-Eric Easley, professor da Universidade Ewha, em Seul.

A Coreia do Norte "está modernizando rapidamente suas armas e aproveitando a divisão mundial pela rivalidade entre Estados Unidos e China, além da anexação russa de território ucraniano", acrescentou.

"As ações de Pyongyang mostram claramente a necessidade de que Washington e Seul reforcem a dissuasão militar, endureçam as sanções econômicas e aumentem a coordenação política com Tóquio", destacou.

Autoridades sul-coreanas e americanas alertaram que o líder norte-coreano, Kim Jong Un, prepara um novo teste nuclear.

O isolado regime norte-coreano executou seis testes nucleares desde 2006, o mais recente em 2017.

O presidente sul-coreano Yoon alertou neste sábado para as graves consequências caso o Norte utilize armas nucleares contra seu país.

"Se a Coreia do Norte tentar usar armas nucleares enfrentará uma resposta determinada e esmagadora de nossas Forças Armadas e da aliança com os Estados Unidos", declarou.

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