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Coreia do Norte destrói rodovias que a ligavam com Coreia do Sul após tensão entre países aumentar

Estradas estavam fechadas há anos, mas essa é a primeira vez que ligação terrestre é dinamitada pelo governo de Kim Jong Un

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Agência de notícias

Publicado em 15 de outubro de 2024 às 07h02.

Última atualização em 15 de outubro de 2024 às 07h06.

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A Coreia do Norte dinamitou nesta terça-feira, 15, trechos de rodovias que ligavam cidades do país à Coreia do Sul, poucos dias após o anúncio do bloqueio permanente da fronteira, anunciaram as autoridades militares sul-coreanas, que dispararam tiros de resposta.

Pyongyang anunciou na semana passada que fechará de maneira permanente sua fronteira sul e construirá posições defensivas, depois de passar meses instalando minas e construindo barreiras antitanques.

"A Coreia do Norte detonou trechos das rodovias de Gyeongui e Donghae, ao norte da Linha de Demarcação Militar" que separa os dois países, afirmou o Estado-Maior Conjunto sul-coreano em um comunicado.

O exército sul-coreano publicou vídeos que mostram as forças do Norte explodindo trechos das duas estradas. Em resposta, as Forças Armadas sul-coreanas dispararam "tiros de resposta" em seu próprio território.

As rodovias e ferrovias entre as duas Coreias estão fechadas há anos, mas a sua destruição envia uma mensagem clara de que o líder norte-coreano Kim Jong Un não está disposto a negociar com o Sul, afirmam os analistas.

A destruição das estradas "é uma medida militar prática" do Norte, que poderia tentar construir mais barreiras físicas ao longo da fronteira, disse à AFP Yang Moo-jin, presidente da Universidade de Estudos Norte-Coreanos de Seul.

Ele acrescentou que a destruição das rodovias "pode ser o trabalho de preparação para a construção dos muros".

As relações bilaterais pioraram consideravelmente desde a chegada ao poder em Seul, em 2022, do presidente conservador Yoon Suk Yeol, partidário de uma política firme com o vizinho do Norte e de um fortalecimento da aliança militar com Estados Unidos e Japão.

Os três aliados organizam com frequência exercícios conjuntos, que Pyongyang considera ensaios para uma invasão do Norte.

A China pediu nesta terça-feira aos dois países que evitem uma "nova escalada" que, afirmou, seria "contrária aos interesses comuns".

Principal inimigo

Kim declarou este ano a Coreia do Sul como "principal inimigo" de seu país e, desde então, o Norte instalou minas terrestres, barreiras antitanque e posicionou mísseis com capacidade de transportar ogivas nucleares na área fortificada de fronteira.

Na semana passada, a Coreia do Norte acusou Seul de utilizar drones para lançar panfletos de propaganda sobre a capital Pyongyang e, em resposta, prometeu fechar de modo permanente sua fronteira sul. Também alertou que uma nova presença de drone seria considerada uma "declaração de guerra".

Kim presidiu na segunda-feira uma reunião do gabinete de segurança para formular um plano de "ação militar imediata", informou a imprensa estatal nesta terça-feira.

Durante a reunião, as autoridades receberam um relatório sobre as "graves provocações do inimigo", segundo a agência oficial KCNA, que acrescentou que Kim "expressou uma firme postura política e militar".

As Forças Armadas sul-coreanas negaram em um primeiro momento que enviaram drones ao país vizinho, mas depois se recusaram a abordar a questão, mesmo quando Pyongyang acusou Seul diretamente.

Kim Yo Jong, a influente irmã do líder norte-coreano, afirmou nesta terça-feira que Pyongyang conseguiu "evidências claras" de que o exército sul-coreano está por trás dos drones que chegaram à capital norte-coreana.

"Os provocadores pagarão um preço elevado", alertou Kim Yo Jong.

Ativistas no lado sul-coreano da fronteira enviam, há vários anos, balões com propaganda para o Norte, o que provoca a irritação de Pyongyang.

A Coreia do Norte já enviou drones ao Sul. Em 2022, cinco drones de Pyongyang cruzaram a fronteira, o que levou o exército sul-coreano a dar tiros de advertência e mobilizar aviões de combate.

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