Mundo

Coreia do Norte amplia campos de concentração, diz Anistia

A Coreia do Norte está aumentando o número de presos e o trabalho forçado em dois de seus principais campos de prisioneiros, diz a Anistia Internacional


	Desfile militar na Coreia do Norte: AI revela que detectou novos quartéis e uma ampliação das instalações madeireiras e de mineração
 (Reuters)

Desfile militar na Coreia do Norte: AI revela que detectou novos quartéis e uma ampliação das instalações madeireiras e de mineração (Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2013 às 10h15.

Seul - A Coreia do Norte está aumentando o número de presos e o trabalho forçado em dois de seus principais campos de prisioneiros políticos, segundo denunciou nesta quinta-feira a Anistia Internacional (AI) após analisar uma série de imagens recentes registradas por satélite.

Através de um relatório divulgado hoje, a AI revela que detectou novos quartéis e uma ampliação das instalações madeireiras e de mineração, assim como grande quantidade de guaritas de segurança e alambrados para controlar os campos, após estudar as imagens registradas ao longo de 2013 das colônias penais ("kwanliso" em coreano) números 15 e 16.

No Kwanliso 16 (também conhecido como campo de prisioneiros de Hwasong), situado na gélida província de Hamgyong do Norte, é percebido um aumento de quartéis, da atividade mineradora, agrícola e madeireira que realizam forçadamente, sem medidas de segurança e quase sem direito a descanso para os prisioneiros detidos no local.

Em 2011 se estimava que em Hwasong, que tem cerca de 560 km² (equivalente a três vezes o tamanho da cidade de Washington), haviam cerca de 20 mil presos políticos.

Já no Kwanliso 15 (também chamado campo de Yodok) é visto um número menor de alojamentos dos prisioneiros em comparação a 2011, embora a atividade de trabalho forçado permaneça "significativa", já que, por exemplo, é perceptível um maior processamento de madeira bruta, o que aparenta ser uma fábrica de móveis.


Nos 370 km² de Yodok (situado a cerca de 120 km a nordeste de Pyongyang) acredita-se que estão presas cerca de 50 mil pessoas.

A AI lembra que nestas colônias vivem muitas crianças, uma vez que a Coreia do Norte pratica "limpezas de sangue". Medida em que três gerações de uma mesma família devem ser presas quando um só de seus membros comete uma falta contra o regime ou fala mal do mesmo.

A análise, que foi entregue a uma comissão da ONU que investiga os abusos de direitos humanos por parte do regime de Kim Jong-un, vem acompanhada de duas entrevistas realizadas com uma ex-prisioneira de Yodok que presenciou execuções públicas e com um ex-carcereiro que trabalhou em Hwasong nos anos 80 e 90.

O ex-agente penitenciário disse que os presos, após cometerem alguma ofensa no campo, eram forçados a cavar seus próprios túmulos antes de serem executados a base de marteladas no pescoço.

Ele também contou sobre estrangulamentos e surras até a morte com pedaços de madeira, além de prisioneiras que "desapareciam" depois de terem sido estupradas por guardas.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCoreia do NorteDireitos civisPrisões

Mais de Mundo

Corte Constitucional de Moçambique confirma vitória do partido governista nas eleições

Terremoto de magnitude 6,1 sacode leste de Cuba

Drones sobre bases militares dos EUA levantam preocupações sobre segurança nacional

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA