Kim Yo Jong, irmã de Kim Jong Un: líder norte-coreano desapareceu dos olhos do público em abril (Jorge Silva/Reuters)
AFP
Publicado em 4 de junho de 2020 às 06h28.
A Coreia do Norte ameaçou nesta quinta-feira (4) romper o acordo militar com a Coreia do Sul e fechar o escritório de ligação entre os países, caso Seul não impeça que os ativistas enviem panfletos para o outro lado da fronteira.
A ameaça foi feita pela Kim Yo Jong, a influente irmã mais nova do dirigente norte-coreano Kim Jong Un.
As relações entre as Coreias esfriaram, apesar das três reuniões celebradas em 2018 entre Kim e o presidente sul-coreano Moon Jae-in.
Refugiados norte-coreanos e ativistas lançam através da fronteira balões com panfletos que acusam o líder norte-coreano de violar os direitos humanos e denunciam sua política nuclear.
"As autoridades sul-coreanas pagarão um preço elevado caso permitam que esta situação continue enquanto apresentam todo tipo de desculpas", afirmou Kim Yo Jong em um comunicado publicado pela agência estatal KCNA.
Ela chamou os fugitivos do país de "podridão humana" e "cães bastardos podres" que traíram sua pátria e afirmou que "é o momento para que seus proprietários prestem contas", em referência ao governo sul-coreano.
Ameaçou fechar o escritório de ligação na fronteira e romper o acordo militar assinado durante a visita de Moon a Pyongyang em 2018, cujo objetivo era aliviar as tensões na fronteira.
A maior parte dos acordos anunciados durante o encontro não foi aplicada e a Coreia do Norte prosseguiu com dezenas de testes militares.
As atividades do escritório de ligação foram suspensas devido à pandemia de coronavírus.
Kim Yo Jong também ameaçou acabar em definitivo com os projetos econômicos entre as nações, em particular os do parque parque industrial intercoreano de Kaesong e as visitas ao Monte Kumgang.
As duas atividades, lucrativas para Pyongyang, estão suspensas há alguns anos pelas sanções impostas à Coreia do Norte por seus programas de mísseis nucleares e balísticos proibidos.
Pyongyang encerrou em grande medida com as relações com Seul após o fracasso da reunião de cúpula de Hanói entre Kim e o presidente americano Donald Trump em fevereiro de 2019.
Desde então, as negociações entre Washington e Pyongyang sobre os programas de mísseis nucleares e balísticos da Coreia do Norte estão paralisadas.