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Coreia do Norte ameaça matar ex-presidente da Coreia do Sul

Park teria "promovido" um suposto plano dos Serviços de Inteligência de Seul para eliminar o presidente norte-coreano, segundo autoridades do norte

Park Geun-Hye: "Declaramos, em casa e no exterior, que vamos impor pena de morte à traidora Park Geun Hye" (Kim Hong-Ji/Reuters)

Park Geun-Hye: "Declaramos, em casa e no exterior, que vamos impor pena de morte à traidora Park Geun Hye" (Kim Hong-Ji/Reuters)

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AFP

Publicado em 28 de junho de 2017 às 17h48.

A Coreia do Norte ameaçou, nesta quarta-feira (28), "impor a pena de morte" à ex-presidente sul-coreana Park Geun-Hye, em retaliação a um complô que teria sido orquestrado por ela para assassinar o líder Kim Jong-Un.

Park teria "promovido" um suposto plano dos Serviços de Inteligência de Seul para eliminar o presidente norte-coreano, alegaram procuradores e o ministro de Segurança, em nota divulgada pela agência oficial de notícias KCNA.

"Declaramos, em casa e no exterior, que vamos impor pena de morte à traidora Park Geun Hye", ameaçaram, segundo a agência.

O ex-diretor dos serviços sul-coreanos de inteligência (NIS), Lee Byung-Ho, sofrerá a mesma punição, acrescentou.

"A partir deste momento, eles poderão enfrentar uma morte miserável, como cachorros, não importa quando, nem onde nem de que maneira", adverte o comunicado.

Pyongyang exigiu de Seul a entrega de Park e Lee, acusando-os de "infame terrorismo de Estado contra a magistratura suprema" da Coreia do Norte.

O pedido coincidiu com a viagem do sucessor de Park, o presidente Moon Jae-In, que defende uma aproximação com o Norte, a Washington, onde se reunirá com seu homólogo americano Donald Trump.

"Como temos esclarecido em várias ocasiões, as acusações do Norte não têm fundamento", afirmaram os serviços de inteligência sul-coreanos em um comunicado.

Complô

Em maio passado, o ministério da Segurança norte-coreano afirmou ter descoberto um complô fomentado, segundo ele mesmo, pelos serviços secretos americanos e sul-coreanos para assassinar Kim Kong-Un com a ajuda de uma arma bioquímica.

Segundo Pyongyang, a CIA e o NIS subornaram e chantagearam um cidadão norte-coreano que identificou como Kim para realizar o ataque.

Os possíveis cenários do atentado incluíam o mausoléu onde o pai e o avô de Kim Jong-Un estão enterrados e um desfile militar, afirmou o regime norte-coreano.

"Os vilões pensaram inclusive em disfarçar a operação de um acidente de carro ou de trem", acrescentou nesta quarta-feira.

Em maio, vários analistas afirmaram que as acusações de Pyongyang poderiam ser uma tentativa de dissuadir Washington de realizar qualquer ataque contra seu líder.

A ex-presidente Park foi destituída por corrupção em dezembro de 2016 pela Assembleia Nacional da Coreia do Sul, e em março perdeu sua imunidade. Foi presa e atualmente é processada por 18 acusações, entre elas de corrupção, coação e abuso de poder, pelas quais pode ser condenada a prisão perpétua.

Em fevereiro de 2017, o meio irmão do líder norte-coreano, Kim Jong-Nam, foi assassinado no aeroporto de Kuala Lumpur por duas mulheres que jogaram em seu rosto um agente neurotóxico, o VX, uma versão mais forte do gás sarin. Seul acusou imediatamente Pyongyang de estar por trás do assassinato.

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