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Coreia do Norte adverte que EUA devem mudar sua "política hostil"

Segundo o diplomata da Coreia do Norte na China, as manobras conjuntas entre EUA e Coreia do Sul ameaçam "o equilíbrio de poderes" no Pacífico asiático

Pak Myong Ho: o diplomata também comentou o assassinato de Kim Jong-nam na Malásia, insistindo que o caso é uma "farsa política" (Thomas Peter/Reuters)

Pak Myong Ho: o diplomata também comentou o assassinato de Kim Jong-nam na Malásia, insistindo que o caso é uma "farsa política" (Thomas Peter/Reuters)

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EFE

Publicado em 16 de março de 2017 às 09h19.

Pequim - A Coreia do Norte alertou nesta quinta-feira que os Estados Unidos devem mudar sua "política hostil" relacionada a Pyongyang para alcançar uma solução ao conflito da península, em plena escalada de tensão após os últimos testes armamentísticos norte-coreanos e o início do desdobramento do sistema THAAD na Coreia do Sul.

O encarregado de negócios da embaixada da Coreia do Norte na China, Pak Myong Ho, criticou hoje em entrevista coletiva as manobras conjuntas entre Washington e Seul na zona e a instalação do THAAD, que, na sua opinião, ameaça "o equilíbrio de poderes" no Pacífico asiático.

Suas declarações coincidem com o início da viagem pelo Leste da Ásia do secretário de Estado americano, Rex Tillerson, que hoje considerou no Japão que as medidas de Washington para conter o programa nuclear da Coreia do Norte "foram um fracasso"

O diplomata norte-coreano comentou hoje que seu país tinha proposto uma espécie de acordo de paz à primeira potência mundial, mas afirmou que não receberam nenhuma resposta, e lembrou que o pacto proposto pela China, sobre a suspensão dos testes nucleares norte-coreanas em troca da paralisação de manobras de Seul e Washington, foi rapidamente descartado pelos EUA.

"Diante das ameaças dos EUA e seus aliados, a República Popular Democrática de Coreia (nome oficial da Coreia do Norte) necessita reforçar sua capacidade nuclear", manteve hoje o representante da embaixada norte-coreana, criticando as "controversas" sanções impostas pela ONU ao regime de Pyongyang.

A Coreia do Norte realizou 20 testes de mísseis e dois nucleares no ano passado, além de testar no início deste mês outros quatro mísseis balísticos, e o Japão advertiu que as "provocações" desse país alcançaram "um novo nível".

Longe de se retratar, o diplomata norte-coreano defendeu hoje que sua postura neste sentido é "a correta" e considerou que os Estados Unidos devem dar um passo para trás para aliviar a tensão.

"Enquanto falamos, os EUA estão realizando as maiores manobras militares conjuntas com Coreia do Sul (na zona)", denunciou.

O diplomata também comentou o assassinato de Kim Jong-nam na Malásia, irmão do líder norte-coreano, e insistiu que o caso é uma "farsa política" orquestrada por inimigos de seu país.

"Deveríamos tratar o assunto desde uma perspectiva científica e objetiva", avaliou o norte-coreano, cujo governo rejeita toda responsabilidade na morte do membro da família dos Kim.

EUA e Coreia do Sul asseguram que Pyongyang está por trás da morte de Kim Jong-nam, que faleceu após ser atacado no aeroporto de Kuala Lumpur.

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