Mahmud Abbas apresenta pedido à ONU para reconhecimento do Estado da Palestina (Timothy A. Clary/AFP)
Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2011 às 21h06.
São Paulo - O Conselho de Segurança da ONU se reuniu a portas fechadas nesta segunda-feira para uma discussão preliminar sobre o pedido palestino realizado na semana passada de participação plena na Organização das Nações Unidas.
Diplomatas disseram que a reunião não se destinava a produzir quaisquer decisões, mas poderia dar pistas a respeito do equilíbrio de forças dentro do grupo de 15 países sobre o pedido apresentado na sexta-feira pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas.
Os Estados Unidos, aliados de Israel, prometeram usar seu poder de veto para rejeitar o pedido, mas se os palestinos reunirem nove votos a favor -- o número necessário para aprovar uma resolução na ausência de um veto -- eles obteriam uma vitória moral.
Se os palestinos não conseguirem isso, Washington evitaria a necessidade de vetar o pedido, uma medida que traria constrangimento diplomático e, possivelmente, protestos antiamericanos no mundo árabe.
Apenas seis países no conselho parecem certos de votar a favor da adesão palestina. Os quatro países da União Europeia devem se abster ou votar contra, enquanto Bósnia, Colômbia, Gabão e Nigéria não fizeram declarações definitivas e têm sido cortejados por Israel e palestinos.
O Conselho de Segurança deverá criar nesta semana um comitê para estudar o pedido. Pode demorar um mês ou mais até que o conselho esteja pronto para votar.
Na semana passada, o "Quarteto" de mediadores do Oriente Médio apresentaram a Israel e aos palestinos um calendário para novas conversações de paz, na esperança de que, se aceito, poderia relegar a disputa na ONU para o segundo plano.
A última negociação foi interrompida há quase um ano, após Israel retomar a construção de assentamentos na Cisjordânia, na terra que os palestinos querem para um Estado próprio.
Os palestinos já sinalizaram que não irão aceitar as propostas do "Quarteto", a menos que Israel suspenda os assentamentos, algo visto como altamente improvável.