Mundo

Conselheiros presidenciais renunciam por divergir com Mursi

Os conselheiros Saif Abdelfatah, Ayman al Sayad e Amre Lizi tornaram hoje públicas suas renúncias

Manifestantes demonstram apoio ao presidente Mohamed Mursi: para Abdelfatah, os jovens do Egito ainda pagam o preço da revolução contra Hosni Mubarak, em 2011 (REUTERS)

Manifestantes demonstram apoio ao presidente Mohamed Mursi: para Abdelfatah, os jovens do Egito ainda pagam o preço da revolução contra Hosni Mubarak, em 2011 (REUTERS)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2012 às 17h07.

Cairo - Três conselheiros do presidente egípcio, Mohammed Mursi, anunciaram nesta quarta-feira sua renúncia devido a divergências com as últimas decisões do governante e pelos episódios de violência perto do Palácio Presidencial.

Os conselheiros Saif Abdelfatah, Ayman al Sayad e Amre Lizi tornaram hoje públicas suas renúncias, que foram apresentadas ao presidente há uma semana, como consequência da declaração constitucional promulgada por Mursi no dia 22 de novembro, com a qual blindou seus poderes perante a Justiça.

Abdelfatah anunciou sua renúncia do corpo de assessores da presidência "por vontade própria, porque não aceito que estes jovens morram".

Em entrevista à agência oficial egípcia "Mena", Abdelfatah acusou a Irmandade Muçulmana de ser "um grupo de objetivos estreitos e uma liderança mumificada" e considerou que o partido "não pensa no conjunto da pátria".

Para Abdelfatah, os jovens do Egito ainda pagam o preço da revolução contra Hosni Mubarak, em 2011, "e eles, que são os que efetuaram essa revolução, não colheram nada dela".

Enquanto isso, Sayad, jornalista e colunista, apresentou sua renúncia através do Twitter e reconheceu que tanto ele como seus companheiros ocultaram sua decisão "durante uma semana inteira, com o objetivo de buscar, inutilmente, uma solução".

Também através do Twitter, Amre Lizi tornou pública sua decisão "em rejeição ao decreto constitucional e porque eu não fui consultado sobre essas resoluções".

Estas demissões se somam, entre outras, à do assessor presidencial para Assuntos para a Mudança Democrática, o intelectual copta Samir Morqos, uma das quatro pessoas com categoria de assessor.

Segundo explicou à Efe no último dia 23 de novembro, sua renúncia foi "definitiva e irrevogável", motivada pelas decisões de Mursi, que "foram uma surpresa e foram tomadas sem ter consultado previamente os assessores". 

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaEgitoMohamed MursiPolítica no BrasilPolíticosProtestos

Mais de Mundo

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo

Quais países têm salário mínimo? Veja quanto cada país paga

Há chance real de guerra da Ucrânia acabar em 2025, diz líder da Conferência de Segurança de Munique

Trump escolhe bilionário Scott Bessent para secretário do Tesouro