Operações militares dos Estados Unidos no Iraque contra os jihadistas do Estado Islâmico (EI) (Michael B. Thomas/AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de setembro de 2014 às 22h39.
Base Força Aérea/Macdill - Alguns conselheiros militares dos Estados Unidos poderão acabar na linha de frente na luta contra os militantes do Estado Islâmico, disse a Casa Branca nesta quarta-feira, apesar de o presidente Barack Obama prometer que os EUA não os fará lutar em outra guerra terrestre no Iraque.
A Câmara dos Deputados deu sinal verde a um elemento-chave da estratégia de Obama contra o Estado Islâmico, dando autorização para o Pentágono treinar e armar os rebeldes sírios moderados para combater os militantes islâmicos radicais.
A legislação agora vai para o Senado.
Obama, que passou grande parte de sua presidência se distanciando da guerra do Iraque, destacou que os ataques aéreos seriam a contribuição central norte-americana na luta contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria, juntamente com a coordenação de uma coalizão, que ele disse agora incluir mais de 40 países.
"Eu quero ser claro. As forças norte-americanas que foram destacadas para o Iraque não têm e não terão uma missão de combate", disse Obama em um discurso na Base da Força Aérea MacDill, em Tampa.
Seu porta-voz, Josh Earnest, disse que alguns conselheiros militares dos EUA poderiam ser destacados para linha de frente para ajudar diretamente as forças de segurança iraquianas e coordenar ataques aéreos, mas ele disse que eles "não estarão pessoalmente ou diretamente enfrentando o inimigo".
A possibilidade de soldados norte-americanos operarem em posições avançadas com forças locais levantaram preocupações de que Washington, que retirou suas forças de Bagdá em 2011 após oito anos de conflito, poderia voltar a ser arrastado em comprometimento maior.
Na terça-feira, o general Martin Dempsey, chefe das Forças Armadas dos EUA, levantou a possibilidade de tais eventuais implantações na linha de frente durante uma audiência do comitê.
Sem Guerra Terrestre
"Se o general Dempsey tivesse determinado que seria necessário colocar alguns dos conselheiros norte-americanos na linha de frente, então ele traria essa opção para o presidente, e o presidente disse que iria considerar isso caso a caso", disse Earnest a repórteres que viajavam com Obama no Air Force One.
A Câmara dos Deputados aprovou a medida autorizando o plano para armar rebelde sírio, apesar de alguma resistência por parte dos republicanos e democratas, alguns dos quais expressaram preocupação sobre ser sugado de volta para a guerra no Iraque.
O Senado deve também aprovar o plano até o final da semana. Ele vai durar até 11 de dezembro.
Os legisladores de ambos os partidos expressaram ceticismo sobre a estratégia da Casa Branca, depois de questionar um de seus principais arquitetos, o secretário de Estado, John Kerry.
Os membros da Comissão de Relações Exteriores levantaram dúvidas sobre a capacidade das forças iraquianas e sírias locais para lutar contra o Estado Islâmico e questionaram se Obama tinha autoridade legal para realizar uma operação longa.
Os Estados Unidos lançaram mais de 160 ataques aéreos contra alvos do Estado Islâmico no Iraque e Obama autorizou ataques semelhantes contra redutos do grupo na Síria.
Mais de 1.600 conselheiros norte-americanos foram enviados para ajudar as forças iraquianas, mas Obama não quer que eles se envolvam em combate terrestre para evitar a repetição da guerra do Iraque iniciada por seu antecessor republicano, George W. Bush.