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Congresso exige mais respostas do FBI sobre caso de Boston

Órgão está insatisfeito com a reação do FBI a alertas sobre um dos suspeitos, e tem dúvidas sobre a declaração do outro de que ele e o irmão teriam agido sozinhos


	Boston: a polícia diz que os irmãos Tamerlan e Dzhokhar Tsarnaev, de origem chechena, detonaram duas bombas caseiras junto à linha de chegada da maratona, em 15 de abril
 (REUTERS/Jessica Rinaldi)

Boston: a polícia diz que os irmãos Tamerlan e Dzhokhar Tsarnaev, de origem chechena, detonaram duas bombas caseiras junto à linha de chegada da maratona, em 15 de abril (REUTERS/Jessica Rinaldi)

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Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2013 às 20h01.

Washington/Cambridge - Parlamentares norte-americanos exigiram na quarta-feira mais respostas sobre o atentado na Maratona de Boston, mostrando-se insatisfeitos com a reação do FBI a alertas sobre um dos suspeitos, e manifestando dúvidas sobre a declaração do outro suspeito de que ele e seu falecido irmão teriam agido sozinhos.

Alguns membros do Congresso questionaram se o FBI (polícia federal dos EUA) e outros órgãos de segurança deixaram de partilhar informações sobre o suspeito Tamerlan Tsarnaev em 2011, mesmo após a adoção de regras para melhorar a difusão de informações entre autoridades, após o atentado de 11 de setembro de 2001.

A polícia diz que os irmãos Tamerlan e Dzhokhar Tsarnaev, de origem chechena, detonaram duas bombas caseiras junto à linha de chegada da maratona, em 15 de abril, matando três pessoas e ferindo 264.

Tamerlan, de 26 anos, morreu na madrugada de sexta-feira em confronto com a polícia, e Dzhokhar, de 19, ficou ferido, foi preso horas depois e deverá responder por crimes que acarretam até a pena de morte.

As atenções agora se voltam para até que ponto as autoridades negligenciaram o alerta russo de que Tamerlan poderia ser um militante islâmico. O FBI o entrevistou em 2011, mas não encontrou motivos para continuar investigando.

Seu nome foi incluído numa lista governamental sigilosa sobre pessoas vistas como potenciais ameaças, segundo fontes próximas à investigação. Mas a lista é tão vasta, com cerca de 500 mil nomes, que as autoridades não têm condições de monitorar todos os citados.

Em 2012, quando Tamerlan embarcou para uma visita à Rússia, a alfândega dos EUA lançou um alerta, mas ninguém ficou sabendo quando o suspeito voltou, e ele não voltou a ser ouvido pelas autoridades.

"Isso é algo que precisamos examinar", disse o senador republicano Dan Coats, membro da Comissão de Inteligência. "Essa é uma das coisas principais que já aprendemos, e precisamos continuar trabalhando para assegurar que não volte a acontecer, e isso (exige) comunicação simultânea a todas as agências relevantes quando um alerta é feito."


Parlamentares que ouviram agentes policiais e relatos da imprensa citando fontes não identificadas dão conta de que Dzokhar Tsarnaev contou aos investigadores, no seu leito hospitalar, que ele e seu irmão se radicalizaram por causa de materiais antiamericanos disponíveis da Internet, e que agiram sem assistência de qualquer grupo militante local ou estrangeiro.

"Essa parece ser basicamente a história, mas não vemos como podemos aceitar isso", disse o deputado republicano Peter King, da Comissão de Segurança Doméstica da Câmara, à CNN.

"Pode acabar sendo a verdade, mas (...) não vejo por que ele iria entregar eventuais cúmplices ou falar sobre eventuais conexões que seu irmão possa ter tido na Chechênia ou na Rússia." Autoridades de inteligência falariam a portas fechadas à Comissão de Inteligência da Câmara na quarta-feira, e o plenário do Senado deve receber informações na quinta-feira.

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