Rebeldes do M23: nos últimos dias, o M23 estendeu sua atividade armada na província de Kivu do Norte (Michele Sibiloni/AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2012 às 16h21.
Bruxelas - A procuradora-geral do Tribunal Penal Internacional (TPI), Fatou Bensouda, exigiu nesta quarta-feira a detenção imediata do líder das Forças Democráticas para a Libertação de Ruanda, Sylvestre Mudacumura, e do dirigente rebelde congolês Bosco Ntaganda.
"Bosco e Mudacumura devem ser detidos agora. A contínua violência na região reflete o terrível custo da impunidade para as vítimas", afirmou Bensouda em comunicado por causa da ofensiva do rebelde Movimento M23 na República Democrática do Congo (RDC).
O M23 é formado por soldados congoleses amotinados e supostamente fiéis a Bosco Ntaganda, procurado pelo TPI por crimes de guerra e contra a humanidade, da mesma forma que Mudacumura.
Nos últimos dias, o M23, liderado supostamente por desertores das Forças Democráticas para a Libertação de Ruanda (FARDC) inclusive Bosco Ntaganda, estendeu sua atividade armada na província de Kivu do Norte e na segunda-feira tomaram a estratégica cidade oriental congolesa de Goma.
O escritório da procuradora-geral do TPI "analisa informações recentes de ameaças contra povoações civis e acusações de crimes cometidos por membros e líderes do M23 e por outras partes aproveitando-se do caos na região", indicou Bensouda, que advertiu que o recrudescimento dos ataques "eleva a violência a outro nível".
No último mês de julho, o TPI emitiu duas novas ordens de detenção para Ntaganda e Mudacumura, a quem acusa de envolvimento "nos anos de violência e crimes que seguem assediando vítimas inocentes no leste da República Democrática do Congo", declarou Bensouda.
"Mais uma vez, as povoações civis estão pagando o preço de estratégias político-militares. Os civis são sacrificados como títeres nos movimentos estratégicos daqueles - baseados na RDC ou fora - que respaldam e financiam grupos armados por seus próprios interesses", lamentou a procuradora-geral do TPI.
"Até que Bosco Ntaganda e Sylvestre Mudacumura não sejam detidos e levados à Justiça seguirão sendo grandes motores para a instabilidade em toda a região", assegurou.