Confrontos entre policiais e manifestantes de esquerda deixam vários feridos em Berlim
A polícia de Berlim informou em suas redes sociais que alguns manifestantes reagiram com "resistência violenta e ataques" durante as prisões
Agência de notícias
Publicado em 12 de janeiro de 2025 às 15h55.
Vários manifestantes e policiais ficaram feridos neste domingo (12) em Berlim, durante o tradicional protesto esquerdista em memória dos líderes comunistas Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht, assassinados em 1919. A marcha, que reuniu milhares de pessoas, segundo a imprensa local, foi marcada por confrontos após uma ação policial para isolar o bloco pró-palestino.
O deputado regional do Partido de Esquerda, Ferat Kocak, denunciou a ação como "desproporcional". Segundo ele, a polícia invadiu a manifestação e iniciou detenções que resultaram em ferimentos graves.
"Uma pessoa ficou inconsciente após ser golpeada repetidamente no rosto e quatro manifestantes foram hospitalizados, incluindo dois menores de idade", relatou Kocak em um vídeo publicado pelo jornal Junge Welt.
A polícia de Berlim informou em suas redes sociais que alguns manifestantes reagiram com "resistência violenta e ataques" durante as prisões. No total, 20 prisões foram efetuadas e 10 acusações foram apresentadas. Um dos detidos, que ficou inconsciente, foi levado ao hospital de helicóptero.
Os motivos das detenções iniciais não foram totalmente esclarecidos pela polícia, mas a imprensa aponta que estavam relacionados a gritos de apoio à causa palestina, incluindo a frase controversa "Do rio ao mar".
Contexto da frase polêmica
Segundo o Ministério do Interior alemão, a expressão "Do rio ao mar" pode ser interpretada como uma referência à destruição de Israel. Contudo, essa interpretação não é unânime, e decisões judiciais em casos similares rejeitaram parcialmente essa leitura.
Nos confrontos, 17 policiais ficaram feridos, além dos manifestantes hospitalizados. A marcha, que tradicionalmente homenageia os líderes comunistas, tornou-se um espaço para diversas pautas, incluindo causas internacionais como a questão palestina, que frequentemente gera tensões com as autoridades.
A ação policial e os incidentes reforçam o debate sobre os limites do protesto e a gestão de manifestações na Alemanha, especialmente quando envolvem símbolos e expressões consideradas polêmicas.