Conflito afegão deixou mais de 1,1 mil mortos na última semana
As mortes aconteceram entre 29 de abril e 6 de maio, durante confrontos entre os talibãs e as forças afegãs
EFE
Publicado em 7 de maio de 2018 às 15h00.
Cabul - O ministro da Defesa do Afeganistão , Tariq Shah Bahrami, informou nesta segunda-feira que 1.111 talibãs, soldados das forças de segurança e civis morreram na última semana em diferentes partes do país devido ao conflito, enquanto outras 1.031 pessoas ficaram feridas.
Em sessão parlamentar, o ministro detalhou que entre os mortos há 252 membros das forças afegãs, 799 talibãs e 60 civis, enquanto os feridos são 393 soldados e policiais, 499 insurgentes e 139 pessoas alheias ao conflito.
As mortes foram contabilizadas entre 29 de abril e 6 de maio, depois que os talibãs aumentaram os ataques como parte da nova ofensiva de primavera, iniciada em 25 de abril.
Quanto às baixas entre as forças de segurança, o ministro detalhou que 131 eram soldados do Exército, 115 policiais e seis funcionários da principal agência de inteligência, o Diretório Nacional de Segurança (NDS, na sigla em inglês).
"Durante os últimos sete dias, sob a operação 'Khandaq', o inimigo realizou 2.640 ações destrutivas contra as forças afegãs, mas só conseguiram executar 898 dos ataques e os 1.742 restantes foram frustrados pelas tropas", disse Bahrami.
As ações talibãs variaram entre ataques armados, atentados suicidas, lançamentos de mísseis e explosões de minas, todos contra postos de controle e bases das forças de segurança, além de alvos governamentais.
O porta-voz do Ministério da Defesa afegão, Mohammad Radmanish, disse à Agência Efe que "o mais importante é que (as tropas) estão avançando gradualmente para assegurar mais áreas no futuro, principalmente no norte do país".
Durante o início da nova ofensiva, os talibãs concentraram os esforços em 12 das 36 províncias do país, entre elas as conflituosas Helmand (sul), Nangarhar (este) e Badakhshan (nordeste), onde nos últimos dias conseguiram tomar o controle de um distrito durante 72 horas.
Desde o fim da missão de combate da Otan em janeiro de 2015, o governo de Cabul foi perdendo terreno para os talibãs até controlar apenas 56% do país, segundo o inspetor especial geral para a reconstrução do Afeganistão (SIGAR) do Congresso dos Estados Unidos. De acordo com a mesma análise, os talibãs controlam cerca de 14% do território afegão e o resto está em disputa.
Segundo a missão da ONU no país (Unama), 3.438 civis morreram e 7.015 ficaram feridos no Afeganistão no ano passado como consequência do conflito, um número levemente inferior ao das 11.434 vítimas de 2016 (3.510 mortos e 7.924 feridos).