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Como o futebol pode ensinar a receita do sucesso ao Brexit

Enquanto May e outros políticos comemoravam o sucesso dos clubes ingleses, três das quatro equipes são comandadas por treinadores de outros países da UE

Futebol britânico: enquanto o governo de Theresa May luta para aprovar o Brexit, times de futebol fazem temporada histórica no campeonato europeu (Phil Noble/Reuters)

Gabriela Ruic

Publicado em 11 de maio de 2019 às 06h00.

Última atualização em 11 de maio de 2019 às 06h00.

Enquanto a Grã-Bretanha se esforça para descobrir um caminho para a vitória em sua prolongada busca para deixar a União Europeia, clubes de futebol ingleses mostraram que pelo menos o país consegue superar o continente em alguma coisa.

Pela primeira vez, os quatro finalistas da Liga dos Campeões e da Liga Europa, as duas maiores competições de clubes, são de um único país, com as vitórias do Liverpool, Tottenham Hotspur, Arsenal e Chelsea esta semana.

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O Liverpool conseguiu o feito de maneira espetacular na noite de terça-feira, na cidade de mesmo nome no noroeste da Inglaterra, superando até mesmo as expectativas do próprio time ao reverter a derrota de 3 x 0 para o Barcelona, na Espanha, com um 4 x 3 no último jogo da semifinal.

"O que isso mostra é que quando todo mundo diz que está tudo acabado, que seu opositor europeu o derrotou, que o tempo está acabando, que é hora de admitir a derrota, na verdade, ainda podemos garantir o sucesso se todo mundo se unir", disse a primeira-ministra Theresa May ao Parlamento do Reino Unido na quarta-feira, quando perguntada se poderia aprender alguma coisa com o jogo.

A saída do Reino Unido da UE, originalmente marcada para 29 de março, teve de ser adiada duas vezes, porque May não conseguiu aprovar seu plano no Parlamento, e a UE diz que não quer renegociar. A primeira-ministra agora negocia com o Partido Trabalhista, da oposição, para tentar fechar um acordo, enquanto rebeldes de seu próprio Partido Conservador a acusam de se render à Europa.

Horas depois do discurso de May, o Tottenham igualou o feito do Liverpool, vindo de um 3 x 0 no primeiro jogo para virar com um empate de 3 x 3 em Amsterdã contra o Ajax, com um gol aos 6 minutos do final da partida. Com o resultado, o clube de Londres avançou para a final em Madri em 1º de junho, a primeira de sua história, já que marcou mais gols fora de casa do que seu rival holandês.

A temporada histórica nas competições europeias fechou com chave de ouro na noite de quinta-feira, com as vitórias do Arsenal contra o Valencia, e do Chelsea contra o Eintracht Frankfurt. Agora os clubes ingleses disputam final da Liga Europa em Baku, em 29 de maio. O Chelsea também deixou a decisão para o último minuto, com uma vitória nos pênaltis, pois os clubes vinham de um empate 2 x 2.

Enquanto May e outros políticos comemoravam o sucesso dos clubes ingleses, há um dado incômodo para os adeptos do Brexit: três das quatro equipes são comandadas por treinadores de outros países da UE. O técnico do Liverpool, o alemão Jürgen Klopp, disse ao jornal The Guardian no ano passado que o Brexit não fazia sentido e que a Inglaterra deveria realizar um novo referendo.

O último treinador britânico a conquistar o troféu de elite da Champions foi Alex Ferguson, do Manchester United, em 2008. Ferguson nasceu na Escócia, cuja esmagadora maioria dos eleitores votou para permanecer na UE no referendo de 2016.

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