Como funciona o sistema que alerta os mexicanos sobre terremotos
Na noite desta quinta-feira, 8.200 megafones instalados na capital mexicana alertaram seus 20 milhões de habitantes para que deixassem suas casas
AFP
Publicado em 8 de setembro de 2017 às 10h05.
Última atualização em 8 de setembro de 2017 às 17h02.
O terremoto de 8,2 de magnitude que sacudiu nesta quinta-feira (7) à noite a costa do Pacífico mexicano disparou rapidamente um alarme sonoro em toda a Cidade do México.
Alertados por 8.200 megafones instalados na capital federal, seus 20 milhões de habitantes saíram de suas casas, inclusive de pijama.
Há duas décadas, a associação CIRES fornece à cidade um sistema de sensores distribuídos ao longo da costa do Pacífico, onde o risco de terremotos é maior.
As ondas sísmicas podem percorrer em minuto as centenas de quilômetros que separam o litoral da capital. Podem causar danos significativos, uma vez que a grande cidade é construída sobre um antigo lago.
Ondas de rádio
Uma vez detectado o abalo sísmico, o sistema lança uma onda que desencadeia os alarmes em escolas, ministérios e outros escritórios, interrompendo automaticamente as transmissões de rádio.
Os mexicanos têm, então, um minuto para reagir e deixar os prédios antes que eles comecem a tremer.
Essa tecnologia não estava disponível durante o terremoto de 19 de setembro de 1985, de 8,1 graus na escala Richter. Esse sismo devastou a capital, matando mais de 1.000 pessoas.
Instalados em um antigo prédio de três andares, os servidores dessa associação detectam todas as vibrações no solo, deflagrando automaticamente os alarmes.
Desde o lançamento do sistema em 1993, o CIRES soou mais de 60 alertas de terremoto com uma intensidade de pelo menos 6 na escala Richter.
Alerta por telefone
A tecnologia dos smartphones também se disseminou no México nos últimos anos, permitindo que seus habitantes recebam alertas por meio de aplicativos como SkyAlert, ou Alerta Sísmica DF.
Dois segundos após o início de um terremoto, o SkyAlert envia um sinal para os telefones celulares, que soam a mensagem "alerta sísmico", e indica a intensidade do terremoto.
Lançado em 2013, o aplicativo era inicialmente conectado ao sistema CIRES, mas seu jovem fundador, Alejandro Cantu, implantou na costa mexicana seus próprios sensores, trazidos do Japão.
O aplicativo se popularizou rapidamente, e a versão gratuita tinha mais de três milhões de usuários em 2015.
Uma versão paga foi lançada posteriormente, o que permite personalizar os alertas.
Para avisar seus usuários, o aplicativo usa uma rede de banda larga em vez de linhas telefônicas - garantia de confiabilidade de acordo com seu fundador.
Nesta quinta-feira, porém, durante o maior tremor registrado no México em um século, o aplicativo SkyAlert permaneceu desesperadamente mudo.
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