Como ficam o Senado e a Câmara dos EUA após as eleições
Na Câmara, os democratas assumiram o controle e devem tomar, pelo menos, 27 assentos; No Senado, os republicanos reforçam sua maioria, ganhando 51 assentos
AFP
Publicado em 8 de novembro de 2018 às 12h30.
Os americanos, que foram às urnas nesta terça-feira pela primeira vez desde a vitória de Donald Trump , em 2016, elegeram um Congresso dividido: os democratas assumiram o controle da Câmara dos Representantes, enquanto os republicanos reforçaram seu controle do Senado.
Os democratas, vitoriosos na Câmara
Os democratas assumiram o controle da Câmara de Representantes, surfando na indignação contra Donald Trump e na promessa de proteger a cobertura da saúde, sem, contudo, transformar em "onda" o movimento de contestação.
Eles estão prestes a tomar pelo menos 27 assentos dos republicanos, incluindo quatro na Pensilvânia, mas também na Flórida, Colorado, Kansas, Nova Jersey, Nova York e Virgínia.
A votação foi marcada por um número significativo de mulheres, jovens e candidatos de minorias étnicas e sexuais.
As democratas Ilhan Omar (Minnesota) e Rashida Tlaib (Michigan) são as primeiras muçulmanas eleitas para o Congresso, e Sharice Davids (Kansas), a primeira indígena. Alexandria Ocasio-Cortez (Nova York), membro da ala esquerda do Partido Democrata, tornou-se aos 29 anos a mais jovem no Congresso.
O ex-jogador de futebol americano Colin Allred venceu em Dallas a disputa contra um republicano em final de mandato.
A líder dos democratas na Câmara, Nancy Pelosi, prometeu na terça-feira um novo equilíbrio de poder nos Estados Unidos, já que os americanos mostraram que estão "fartos de divisões".
A Câmara baixa é composta por 435 assentos, renovados a cada dois anos. Os democratas deveriam roubar 23 assentos republicanos para conquistar uma maioria.
O site independente Cook Political Report prevê que eles vão tomar pelo menos 30 assentos.
Republicanos mantêm o Senado
No Senado, os republicanos reforçam sua maioria, ganhando, de acordo com a imprensa americana, pelo menos 51 assentos. Favorecidos por um mapa eleitoral vantajoso, ocuparam vários assentos dos democratas.
Eles foram forçados a defender dez assentos em estados pró-Trump. Resistiram na Virgínia Ocidental e em Nova Jersey, mas perderam no estado-chave de Indiana, no Missouri e na Dakota do Norte, terras conservadoras.
Os republicanos conquistaram uma vitória valiosa ao manterem o assento de Ted Cruz no Texas, apesar dos milhões de dólares gastos para apoiar o astro democrata Beto O'Rourke.
E, na Flórida, o ex-governador Rick Scott derrotou o democrata Bill Nelson.
O assento republicano do Mississippi será reaberto no final de novembro, uma vez que nenhum dos candidatos atingiu a marca de 50%.
O Senado americano conta com 100 assentos. Os eleitores renovam um terço da Câmara alta a cada seis anos, 35 lugares desta vez.
Governadores
Os democratas perderam uma das corridas mais acirradas para um dos 36 cargos de governadores: o duelo entre o democrata Andrew Gillum, o primeiro candidato negro para o posto na Flórida, e o republicano Ron DeSantis, um firme defensor do presidente Trump. Apesar das acusações de racismo, DeSantis finalmente venceu após um duelo muito apertado.
A outra disputa, acompanhada de perto, ainda em suspenso, foi travada na Geórgia entre o republicano Brian Kemp e a democrata Stacey Abrams, que aspirava a se tornar a primeira governadora negra de um Estado americano.
No Colorado, os eleitores escolheram o democrata Jared Polis, que se tornará o primeiro governador americano abertamente gay.
E no Kansas, muito conservador, a democrata Laura Kelly surpreendeu ao derrotar o favorito Kris Kobach.