Mundo

Comissário da ONU condena mortes em protestos na Venezuela e pede diálogo

Na última semana, ao menos 20 pessoas morreram e 350 foram presas durante as manifestações contra o governo Maduro

Manifestações na Venezuela (Manaure Quintero/Reuters)

Manifestações na Venezuela (Manaure Quintero/Reuters)

E

EFE

Publicado em 25 de janeiro de 2019 às 11h05.

Genebra - A titular do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh), a ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, condenou nesta sexta-feira a violência e a repressão contra manifestantes na Venezuela que deixou pelo menos 20 mortos e 350 detidos.

Bachelet também pediu que esses fatos sejam investigados e um "diálogo imediato" para reduzir a tensão no país.

"Estou extremamente preocupada com a possibilidade de a situação na Venezuela escapar rapidamente do controle, com consequências catastróficas", destacou em comunicado a ex-presidente chilena.

Bachelet ressaltou que é vital para a Venezuela evitar uma repetição da repressão documentada pelo Acnudh em 2017, especialmente no tocante a assassinatos extrajudiciais, detenções arbitrárias frequentes, restrições à liberdade de assembleia e expressão, e ataques indiscriminados.

Pelo menos 20 pessoas, segundo informações reunidas pela ONU, morreram por disparos das forças de segurança e grupos armados pró-governo após as manifestações de rejeição ao governo de Nicolás Maduro e apoio ao autoproclamado presidente Juan Guaidó.

"Qualquer incidente violento que resulte em mortos e feridos deve ser submetido a uma investigação independente e imparcial para determinar se houve uso excessivo da força por parte das autoridades e grupos armados", afirmou hoje a alta comissária.

As Nações Unidas também receberam relatos sobre ataques à propriedade nas áreas mais pobres de Caracas, a capital venezuelana, nas quais, ao longo da semana, ocorreram mais de 180 atos de protesto.

Diante disso, Bachelet pediu às autoridades da Venezuela, "especialmente às forças de segurança", contenção e respeito ao direito de manifestação pacífica e ao exercício da liberdade de expressão.

A ex-presidente chilena também solicitou aos líderes políticos venezuelanos que iniciem conversas imediatamente para reduzir as tensões e "encontrar uma solução prática de longo prazo para a insistente crise social, política e econômica do país".

Bachelet lembrou que essa situação obrigou 3 milhões de venezuelanos a deixarem o país enquanto "outros milhões vivem em condições totalmente miseráveis".

Um porta-voz do Escritório do Acnudh acrescentou em entrevista coletiva que o órgão não está em contato direto nem com o governo de Maduro nem com Guaidó.

Nesse sentido, o porta-voz preferiu não comentar a atual situação política que a Venezuela vive, na qual parte da comunidade internacional reconheceu Guaidó como presidente legítimo do país sul-americano após ele ter se autoproclamado como tal em 23 de janeiro.

Acompanhe tudo sobre:Crise políticaJuan GuaidóNicolás MaduroONUProtestos no mundoVenezuela

Mais de Mundo

Legisladores democratas aumentam pressão para que Biden desista da reeleição

Entenda como seria o processo para substituir Joe Biden como candidato democrata

Chefe de campanha admite que Biden perdeu apoio, mas que continuará na disputa eleitoral

Biden anuncia que retomará seus eventos de campanha na próxima semana

Mais na Exame