Arqueólogo encontra restos mortais de preso político uruguaio morto na ditadura (©AFP / Miguel Rojo)
Da Redação
Publicado em 16 de março de 2012 às 16h15.
Washington - O secretário executivo da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), Santiago Canton, elogiou nesta sexta-feira os avanços no Brasil e no Uruguai contra a impunidade de crimes cometidos durante as ditaduras.
No Brasil, quatro procuradores do Ministério Público entraram com as primeiras ações penais por crimes cometidos durante a ditadura militar (1964-1985), contra o coronel aposentado Sebastião Curió Rodrigues de Moura, acusado pelo sequestro e desaparecimento de cinco militantes da Guerrilha do Araguaia na década de 1970.
Por sua vez, o Uruguai irá realizar na próxima quarta-feira, no Palácio Legislativo, um ato em que o Estado assumirá a responsabilidade pelas violações aos direitos Humanos na última ditadura (1973-1985), em cumprimento a decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos.
"O tema da luta contra a impunidade por crimes do passado é o eixo central do trabalho da Comissão, e estes dois casos (...) são dois passos a mais (...) para continuar avançando nesta luta", disse Canton durante uma coletiva de imprensa.
Canton recordou que nos anos anteriores foram observados avanços na reparação de crimes cometidos durante as ditaduras no Chile, Argentina e Peru.
O ato "reparatório" no Uruguai será realizado na sequência de um caso tramitado pela Comissão, pelo desaparecimento da filha do poeta argentino Juan Gelman, María Claudia García, em 1976, que foi sequestrada na Argentina e transportada grávida para o país vizinho.
O caso dos cinco brasileiros ex-guerrilheiros sequestrados na região do Araguaia por tropas lideradas pelo então major Curió, e até agora ainda desaparecidos, também era conhecido pela Comissão, entidade autônoma da Organização dos Estados Americanos (OEA).