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Remy Sharp
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Comícios sindicais de protesto viram ato eleitoral na Argentina

"Mais do que comemorar, vamos protestar. O governo está nos levando ao desemprego, às demissões e à pobreza", disse um dos líderes da central CGT

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Mauricio Macri: suspensões e demissões alcançaram mais de 250.000 pessoas desde que Macri começou a governar (Martin Acosta/Reuters)

Mauricio Macri: suspensões e demissões alcançaram mais de 250.000 pessoas desde que Macri começou a governar (Martin Acosta/Reuters)

A
AFP

Publicado em 1 de maio de 2017, 15h50.

As centrais sindicais da Argentina converteram o 1º de Maio em um dia de protestos contra o governo de Mauricio Macri, cujos partidários organizaram o primeiro ato visando as eleições legislativas de outubro.

"Mais do que comemorar, vamos protestar. O governo está nos levando ao desemprego, às demissões e à pobreza", disse nesta terça-feira um dos líderes da central CGT (peronista, oposição), em declarações à rádio Provincia.

A CGT centraliza a maioria dos seis milhões de trabalhadores sindicalizados. Em 6 de abril, conseguiu uma adesão em massa à primeira greve geral contra a política econômica e trabalhista de Macri.

Os sindicatos "cegetistas" se reuniram no estádio Obras Sanitarias, tradicional palco de shows de rock e de partidas de basquete.

Já os partidos governistas de direita PRO e FE pediram a seus afiliados pelas redes sociais que se reúnam no estádio fechado do clube Ferro Carril Oeste, onde Macri fará um discurso.

"Estamos trabalhando para levar o país para frente e para vencer as próximas eleições", disse o dirigente sindicalista macrista, Momo Venegas, à rádio Mitre.

Mais de 30 milhões de argentinos serão convocados em 22 de outubro para renovar metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado, que são controlados pela oposição, embora o macrismo costume conseguir alianças temporárias.

Venegas comanda um sindicato de trabalhadores rurais, o único que não pertence nem à CGT nem à central CTA, também opositora e baseada em sindicatos de professores e estatais.

A CTA organizou marchas na ruas, uma até o Monumento do Trabalho e outra até o Congresso em apoio aos sindicatos de professores em conflito salarial com o governo. Os educadores montaram em frente à sede do Parlamento um centro de protestos chamado Escola Itinerante.

"Rejeitamos a política de cerceamento de direitos trabalhistas e de demissões, em um contexto econômico cada vez mais desanimador, recessivo e com a inflação. Hoje se inicia a campanha eleitoral para o governo e seu ato do Dia do Trabalhador parece uma piada", disse Hugo Yasky, um dos líderes da CTA à rádio 10.

Os partidos minoritários da esquerda trotsquista, divididos em duas frentes, convocaram seus partidários ao Obelisco e à histórica Praça de Maio.

A inflação anual superou os 40% em 2016 e ronda os 10% no primeiro trimestre deste ano, segundo cifras oficiais. A pobreza atinge um terço dos argentinos, de acordo com a estatal Indec. A economia despencou 2,3% no ano passado e sofreu outra queda interanual de 2,2% em fevereiro.

As suspensões e demissões alcançaram mais de 250.000 pessoas desde que Macri começou a governar, segundo a consultora econômica Cepa.

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