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Começa campanha para referendo de independência da Escócia

A partir de hoje, grupos podem fazer publicidade com um orçamento máximo de 1,5 milhão de libras (R$ 5,5 milhões) cada um e terão espaços gratuito


	Bandeira da Escócia: resultado do referendo será determinado por maioria simples
 (Getty Images)

Bandeira da Escócia: resultado do referendo será determinado por maioria simples (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 30 de maio de 2014 às 11h43.

Londres - O período oficial de campanha para o referendo de independência da Escócia, que acontece em 18 de setembro, teve início nesta sexta-feira, com vitória do "não" nas pesquisas e alta porcentagem de indecisos.

A quatro meses da consulta, as enquetes dão vantagem aos partidários da permanência no Reino Unido, apesar dos independentistas ganharem posições e de 20% dos escoceses estarem indecisos. Estes últimos, aliás, devem definir o resultado final.

A partir de hoje, os grupos "Yes Scotland", que apoia a independência, e "Better Together", partidário da permanência no Reino Unido, podem fazer publicidade com um orçamento máximo de 1,5 milhão de libras (R$ 5,5 milhões) cada um e terão espaços gratuitos de propaganda eleitoral.

A quantidade que os partidos podem investir será proporcional a sua representação parlamentar, sendo o mais beneficiado o majoritário Partido Nacionalista Escocês (SNP) de Alex Salmond, com 1,3 milhão de libras (R$ 4,8 milhões).

Os trabalhistas poderão gastar 834 mil libras (R$ 3,10 milhões); os conservadores, 396 mil libras (R$ 1,4 milhão); os liberais-democratas 201 mil libras (R$ 748 mil) e os Verdes e outras organizações minoritárias, 150 mil libras (R$ 558 mil).

Quatro milhões de residentes na Escócia maiores de 16 anos, incluindo cidadãos europeus e da Commonwealth (comunidade de ex-colônias e protetorados britânicos), poderão votar em setembro, quando deverão responder à pergunta: "A Escócia deveria ser um país independente?".

O resultado será determinado por maioria simples (a metade mais um) e o governo britânico, que apoia a união com o Reino Unido, estabelecida em 1707, comprometeu-se a aceitá-lo.

Em uma pesquisa divulgada em 15 de maio, os partidários do "não" ganhavam com 46% dos votos, contra 34% do "sim" e 20% de indecisos.

A presidente do parlamento escocês, Tricia Marwick - que deve adotar uma postura neutra - disse hoje que todos os partidos políticos escoceses trabalharão juntos após o referendo "para beneficiar o povo da Escócia", seja qual for o resultado.

Segundo o plano do primeiro-ministro escocês, o independentista Alex Salmond, em caso de voto afirmativo, em 18 de setembro se iniciaria um processo de transição que culminaria com a declaração de independência em 24 de março de 2016. Já as primeiras eleições ocorreriam em maio deste mesmo ano.

As normas que regulam o período de campanha fazem parte na lei do referendo de Independência da Escócia, aprovada em 2013 pelo parlamento escocês.

Após o acordo de Edimburgo, de 2012, que definiu as bases da consulta e foi assinado pelo primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, e Salmond, o parlamento britânico transferiu temporariamente para o escocês parte de suas prerrogativas.

Embora a Escócia já tenha feito dois referendos de autonomia, em 1979 e 1997, esse será o primeiro de independência desde que Edimburgo e Londres uniram seus Parlamentos com a Lei da União de 1707.

A ideia de independência que o SNP de Salmond propõe manteria a Escócia sob o reinado de Elizabeth II, em união monetária com o Reino Unido com a libra como moeda comum e com uma "BBC" autônoma.

O país controlaria, além disso, seus próprios recursos petrolíferos no Mar do Norte e continuaria na União Europeia, livre de armas nucleares. 

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