Com prisões no Turismo, aliados têm novo alvo para reclamações
Líderes dos partidos que apoiam Dilma Rousseff reclamaram das prisões feita na operação da Polícia Federal
Da Redação
Publicado em 9 de agosto de 2011 às 18h24.
Brasília - Líderes da base aliada na Câmara deixaram de lado nesta terça-feira as insatisfações com o Palácio do Planalto e unificaram o discurso para criticar a decisão da Justiça de determinar a prisão de funcionários do Ministério do Turismo pela Polícia Federal.
Entre os 33 presos pela PF na Operação Voucher, que investiga desvios de recursos na pasta, está o atual secretário-executivo do ministério, Frederico Silva Costa, além do secretário nacional de Desenvolvimento de Programas de Turismo, Colbert Martins, filiado ao PMDB, entre outros funcionários da área.
Até agora, o ministro do Turismo, Pedro Novais, não teve seu nome envolvido na investigação e recebeu apoio do governo depois de conversar com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.
"Foi um abuso o que ocorreu (nessa operação)", disse o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP) à Reuters. Um dos vice-líderes do governo disse, sob a condição de anonimato, que o sentimento geral é de "revolta" com a ação da Justiça e da Polícia Federal.
O líder do PDT, deputado Giovanni Queiroz (PA), foi além. "Agora todo mundo que assina um papel é culpado? E se lá na frente não for culpado, quem vai para a cadeia? O membro do Ministério Público, o juiz?", questionou.
A operação policial serviu para afastar momentaneamente as dificuldades de coesão dos partidos da coalizão por conta da não liberação de emendas parlamentares e pela decisão da presidente Dilma Rousseff de afastar aliados dos cargos que ocupavam em ministérios que se tornaram alvos de denúncia de corrupção.
Com o novo caso, o alvo comum dos parlamentares deixou momentaneamente de ser a administração Dilma e passou a ser a Justiça Federal.
PR segue descontente
O episódio, no entanto, não foi o suficiente para aliviar o principal foco de descontentamento na base aliada, o Partido da República, que comandava o Ministério dos Transportes, pasta em que mais de 20 servidores, a maioria ligados à sigla, deixaram os cargos após denúncia de um suposto esquema de arrecadação de propina.
A bancada do PR no Senado já anunciou sua saída do bloco de governo na Casa e o líder do partido na Câmara, Lincoln Portela (MG), não atendeu ao convite para reunião dos aliados nesta terça.
"Não quero discutir problemas de outros partidos. Não quero que a posição do PR seja confundida, de que porque aconteceu conosco (o afastamento) tem que acontecer com os outros", disse Portela explicando porque não foi à reunião.
Na avaliação do PR, Dilma agiu de forma mais suave ao tratar denúncias ocorridas em outros ministérios, como o da Agricultura, comandado pelo PMDB.
Na segunda-feira a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, negou a diferença de tratamento entre os partidos da base e disse que o que agradou Dilma no episódio das denúncias envolvendo o Ministério da Agricultura foi a postura do titular da pasta, Wagner Rossi, de afastar imediatamente os acusados de irregularidades.
Brasília - Líderes da base aliada na Câmara deixaram de lado nesta terça-feira as insatisfações com o Palácio do Planalto e unificaram o discurso para criticar a decisão da Justiça de determinar a prisão de funcionários do Ministério do Turismo pela Polícia Federal.
Entre os 33 presos pela PF na Operação Voucher, que investiga desvios de recursos na pasta, está o atual secretário-executivo do ministério, Frederico Silva Costa, além do secretário nacional de Desenvolvimento de Programas de Turismo, Colbert Martins, filiado ao PMDB, entre outros funcionários da área.
Até agora, o ministro do Turismo, Pedro Novais, não teve seu nome envolvido na investigação e recebeu apoio do governo depois de conversar com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.
"Foi um abuso o que ocorreu (nessa operação)", disse o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP) à Reuters. Um dos vice-líderes do governo disse, sob a condição de anonimato, que o sentimento geral é de "revolta" com a ação da Justiça e da Polícia Federal.
O líder do PDT, deputado Giovanni Queiroz (PA), foi além. "Agora todo mundo que assina um papel é culpado? E se lá na frente não for culpado, quem vai para a cadeia? O membro do Ministério Público, o juiz?", questionou.
A operação policial serviu para afastar momentaneamente as dificuldades de coesão dos partidos da coalizão por conta da não liberação de emendas parlamentares e pela decisão da presidente Dilma Rousseff de afastar aliados dos cargos que ocupavam em ministérios que se tornaram alvos de denúncia de corrupção.
Com o novo caso, o alvo comum dos parlamentares deixou momentaneamente de ser a administração Dilma e passou a ser a Justiça Federal.
PR segue descontente
O episódio, no entanto, não foi o suficiente para aliviar o principal foco de descontentamento na base aliada, o Partido da República, que comandava o Ministério dos Transportes, pasta em que mais de 20 servidores, a maioria ligados à sigla, deixaram os cargos após denúncia de um suposto esquema de arrecadação de propina.
A bancada do PR no Senado já anunciou sua saída do bloco de governo na Casa e o líder do partido na Câmara, Lincoln Portela (MG), não atendeu ao convite para reunião dos aliados nesta terça.
"Não quero discutir problemas de outros partidos. Não quero que a posição do PR seja confundida, de que porque aconteceu conosco (o afastamento) tem que acontecer com os outros", disse Portela explicando porque não foi à reunião.
Na avaliação do PR, Dilma agiu de forma mais suave ao tratar denúncias ocorridas em outros ministérios, como o da Agricultura, comandado pelo PMDB.
Na segunda-feira a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, negou a diferença de tratamento entre os partidos da base e disse que o que agradou Dilma no episódio das denúncias envolvendo o Ministério da Agricultura foi a postura do titular da pasta, Wagner Rossi, de afastar imediatamente os acusados de irregularidades.