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Com morte de Ebrahim Raisi, eleições no Irã acontecem nesta semana: por que elas são importantes?

As eleições iranianas não são consideradas livres ou justas pela maioria dos padrões ocidentais

Apoiador segura faixa de Pezeshkian, o único candidato reformista na eleição do Irã

Apoiador segura faixa de Pezeshkian, o único candidato reformista na eleição do Irã

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 24 de junho de 2024 às 09h24.

Última atualização em 27 de junho de 2024 às 07h17.

A eleição presidencial do Irã vai acontecer em 28 de junho, um ano antes do previsto em razão do acidente de helicóptero no mês passado que matou o presidente Ebrahim Raisi.

Embora o líder supremo do país, Ali Khamenei, tenha a palavra final em todos os assuntos de Estado, o presidente iraniano define a política interna e tem alguma influência sobre a política externa.

Segundo o New York Times, o pleito que acontece em breve é uma oportunidade ao regime dos aiatolás que o país pode lidar com a morte inesperada de um presidente sem desestabilização, ao mesmo tempo em que enfrenta protestos internos e tensões com os Estados Unidos e Israel.

A economia, as sanções lideradas pelos EUA e os direitos das mulheres estão entre as questões centrais nestas eleições - os iranianos enxergam o governo como  ineficiente e incapaz de implementar mudanças significativas.

As eleições iranianas não são consideradas livres ou justas pela maioria dos padrões ocidentais ou organizações de direitos humanos. Os candidatos são rigorosamente avaliados pelo Conselho Guardião, um comité de 12 juristas e clérigos.

Para este pleito, o [grifar]conselho reduziu uma lista de 80 candidatos para seis. Entre os desqualificados estavam sete mulheres, um ex-presidente e muitos funcionários do governo, legisladores e ministros[/grifar].

Na lista de candidatos, no campo conservador, está o general Mohammad Baqer Ghalibaf, atual presidente do Parlamento, antigo presidente da Câmara de Teerã, antigo comandante do Corpo da Guarda Revolucionária e candidato presidencial em outras duas ocasiões. Ghalibaf, que tem a reputação de ser próximo de Khamenei, enfrentou acusações de corrupção.

Os outros conservadores são Alireza Zakani, atual prefeito de Teerã; Saeed Jalili, ex-negociador-chefe nuclear e ultraconservador; Mostafa Pourmohammadi, clérigo e ex-diretor de contra-espionagem; e Amirhossein Ghazizadeh Hashemi, um dos vice-presidentes de Raisi.

O único candidato reformista é o Masoud Pezeshkian, que vem do grupo étnico minoritário azeri. Ele foi treinado como cirurgião cardíaco e serviu no Parlamento e como ministro da saúde. Especialistas ouvidos pelo NYT dizem que a sua inclusão é provavelmente parte do plano do regime teocrata de aumentar a participação eleitoral, dando mais legitimidade às eleições e potencialmente trazer o partido reformista de volta às urnas depois de ter boicotado as eleições parlamentares em março.

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