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Com extrema direita fortalecida, franceses vão às urnas neste domingo para eleições legislativas

Partido nacionalista de Marine Le Pen, Reunião Nacional, saiu na liderança no primeiro turno das eleições, ganhando chances reais de ter maioria legislativa pela primeira vez

Uma placa indicando a localização dos centros de votação está do lado de fora de um centro de votação em Paris, em 3 de julho de 2024, antes do segundo turno das eleições legislativas da França, agendado para 7 de julho (Emmanuel Dunnand/AFP)

Uma placa indicando a localização dos centros de votação está do lado de fora de um centro de votação em Paris, em 3 de julho de 2024, antes do segundo turno das eleições legislativas da França, agendado para 7 de julho (Emmanuel Dunnand/AFP)

Publicado em 7 de julho de 2024 às 09h15.

Última atualização em 7 de julho de 2024 às 09h41.

A França decide neste domingo se a extrema direita vai ganhar poder no país. Os franceses vão às urnas para o segundo turno das eleições legislativas mais incertas dos últimos anos.

No pleito, antecipado por Emmanuel Macron, serão eleitos 577 deputados da Assembleia Nacional, que equivale à Câmara de Deputados no Brasil. Como o país vive um modelo de semipresidencialismo, a coalizão com mais votos indica o primeiro-ministro, que governa com o presidente. Por isso, o resultado pode obrigar  Macron a compartilhar o poder com um novo governo de extrema direita na Europa.

No páreo e com chances reais de levar a melhor neste segundo turno está o partido de extrema direita Reagrupamento Nacional (RN) que, se eleito, poderia levar sua mais nova estrela ao cargo de primeiro-ministro: o jovem Jordan Bardella.

O partido sucessor do Frente Nacional, de Jean-Marie Le Pen, conhecido por seus comentários racistas e antissemitas, e seus aliados, venceram o primeiro turno com 31,37% dos votos.

Para se contrapor ao avanço da ala mais conservadora, a Nova Frente Popular (NFP) — uma coalizão de esquerda que vai desde a ala social-democrata até anticapitalistas e que obteve 28% dos votos no primeiro turno — e a aliança de Macron (20%), formaram uma "frente republicana".

Até meio dia do horário local, a participação nas eleiçõs chegava a 26,63%, o maior patamar desde 1981. O índice também supera a participação no primeiro turno no mesmo horário, sinalizando que a decisão ganhou ainda mais relevância para os franceses em meio a debates acalorados com discursos que foram desde nomes relevantes da política até celebridades e jogadores de futebol.

Os primeiros dados oficiais, do Ministério do Interior, sobre a participação no dia das eleições surgiram depois de notícias provenientes de vários pontos do país apontarem para uma participação significativa nas urnas, com total normalidade e sem incidentes.

Alguns dos rostos mais conhecidos da política francesa já votaram, incluindo Macron e o primeiro-ministro Gabriel Attal.

As urnas estarão abertas até às 18h do horário local (13h do horário de Brasília), embora nas grandes cidades só fechem uma ou mesmo duas horas depois.

Será a partir das 20h (do horário local) que começarão a ser conhecidas as primeiras estimativas das empresas de sondagem sobre como será a futura Assembleia Nacional.

Quem é Jordan Bardella

Filho de imigrantes italianos e morador, por alguns anos, da periferia de Paris, Bardella é visto como um substituto de sua mentora Marine Le Pen, líder do Reunião Nacional (RN) e filha do veterano líder ultraconservador Jean-Marie Le Pen, caso um dia ela fracasse.

*Com informações das agências de notícias AFP e EFE

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