Com bom humor, papa Francisco conquista a imprensa mundial
"É o Jorge Bergoglio de sempre, tranquilo, não impostado", comentou à AFP o jornalista argentino Sergio Rubín sobre primeiro encontro do papa Francisco com a imprensa
Da Redação
Publicado em 16 de março de 2013 às 16h08.
O Papa Francisco recebeu neste sábado no Vaticano jornalistas de todo mundo, aos quais contou, em ambiente descontraído, entre gargalhadas e aplausos, fatos curiosos sobre o conclave, reiterou a promessa de seguir o caminho de São Francisco de Assis e felicitou a imprensa por seu trabalho.
"Vocês estão trabalhando muito, não?", brincou o Papa, que durante o encontro acariciou um cão e recebeu um mate de presente, para quebrar o gelo com os jornalistas reunidos na moderna Sala Paulo VI do Vaticano.
Como um sinal dos tempos modernos, muitos telefones celulares fotografaram a entrada do Papa, vestido com uma batina branca e sapatos simples pretos, sem a solenidade que reinava durante os poucos encontros com o tímido Bento XVI, agora papa emérito.
"É o Jorge Bergoglio de sempre, tranquilo, não impostado", comentou à AFP o jornalista argentino Sergio Rubín - autor com Francesca Ambrogetti do livro de entrevistas El Jesuita -, a quem o Papa abraçou com espantosa familiaridade ao fim do encontro.
"Me disse 'envie um grande abraço a ela e diga que rezei por ela no dia de seu santo, 9 de março'", comentou Rubín ao citar o breve diálogo com Francisco.
"Foi um teste chave para ele. E passou com sucesso", afirmou Rubín, perseguido por um verdadeiro batalhão de repórteres e cinegrafistas.
Em menos de 15 minutos, o Papa resumiu seu programa de governo, revelou detalhes do conclave e provocou risadas e aplausos.
O toque latino do Papa Francisco é agradável, pois sabe combinar a sabedoria jesuíta com o senso de humor para explicar tanto assuntos espirituais como terrenos.
Entre sorrisos, ele confessou que durante a votação do conclave começou a ver que "a coisa estava ficando perigosa" para ele, pois somava cada vez mais votos.
Também contou que guardou na cabeça o conselho do cardeal brasileiro Claudio Hummes, seu amigo e vizinho de mesa no conclave, para que não esquecesse os pobres em seu pontificado.
"Estas palavras entraram aqui", disse, apontando para a cabeça.
"Como gostaria de uma Igreja pobre para os pobres", comentou, improvisando novamente, olhando para os jornalistas, o que gerou muitos aplausos.
O Papa divertiu os jornalistas quando contou, como se fosse um simples pároco, que alguns cardeais pediram que se chamasse Adriano, em homenagem a Adriano VI, conhecido como o pontífice "reformista".
Também provocou risadas ao relatar que outros propuseram que adotasse o nome de Clemente XV, para "vingar-se" de Clemente XIV , "o pontífice que suprimiu nada menos que a Companhia de Jesus", ao mencionar a ordem que integra e que pela primeira vez em mais de quatro séculos de existência chega ao trono de Pedro.
Depois de explicar a escolha do nome e de agradecer a toda a imprensa por seu trabalho, também falou sobre a dificuldade de informar sobre os eventos da Igreja "que não são uma categoria mundana e, por isto, não são fáceis de comunicar a um público vasto e heterogêneo".
Em mais uma quebra de protocolo, o Papa não quis dar a bênção com a mão a toda a imprensa, consciente de que entre os jornalistas estavam muitos ateus e integrantes de outras religiões, conforme explicou, optando por saudar e abraçar uma centena de jornalistas selecionados, incluindo vários argentinos.
O pontífice acariciou o cão de um repórter de rádio italiano cego e recebeu presentes, incluindo livros, fotos e até um mate.
"Pensei o que posso levar? Olhei meu quarto e vi o mate: 'é o mate, disse'. Assim, o lavei e entreguei", contou Virginia Bonard, compatriota e amiga que viajou de Buenos Aires para acompanhar o evento.
"É a bebida da amizade", explicou Bonard.
"Genial, incrível. Pode ser o início de uma revolução pacífica", comentou a jornalista colombiana Mary Villalobos, que faz a cobertura das notícias do Vaticano há muitos anos.
O Papa Francisco recebeu neste sábado no Vaticano jornalistas de todo mundo, aos quais contou, em ambiente descontraído, entre gargalhadas e aplausos, fatos curiosos sobre o conclave, reiterou a promessa de seguir o caminho de São Francisco de Assis e felicitou a imprensa por seu trabalho.
"Vocês estão trabalhando muito, não?", brincou o Papa, que durante o encontro acariciou um cão e recebeu um mate de presente, para quebrar o gelo com os jornalistas reunidos na moderna Sala Paulo VI do Vaticano.
Como um sinal dos tempos modernos, muitos telefones celulares fotografaram a entrada do Papa, vestido com uma batina branca e sapatos simples pretos, sem a solenidade que reinava durante os poucos encontros com o tímido Bento XVI, agora papa emérito.
"É o Jorge Bergoglio de sempre, tranquilo, não impostado", comentou à AFP o jornalista argentino Sergio Rubín - autor com Francesca Ambrogetti do livro de entrevistas El Jesuita -, a quem o Papa abraçou com espantosa familiaridade ao fim do encontro.
"Me disse 'envie um grande abraço a ela e diga que rezei por ela no dia de seu santo, 9 de março'", comentou Rubín ao citar o breve diálogo com Francisco.
"Foi um teste chave para ele. E passou com sucesso", afirmou Rubín, perseguido por um verdadeiro batalhão de repórteres e cinegrafistas.
Em menos de 15 minutos, o Papa resumiu seu programa de governo, revelou detalhes do conclave e provocou risadas e aplausos.
O toque latino do Papa Francisco é agradável, pois sabe combinar a sabedoria jesuíta com o senso de humor para explicar tanto assuntos espirituais como terrenos.
Entre sorrisos, ele confessou que durante a votação do conclave começou a ver que "a coisa estava ficando perigosa" para ele, pois somava cada vez mais votos.
Também contou que guardou na cabeça o conselho do cardeal brasileiro Claudio Hummes, seu amigo e vizinho de mesa no conclave, para que não esquecesse os pobres em seu pontificado.
"Estas palavras entraram aqui", disse, apontando para a cabeça.
"Como gostaria de uma Igreja pobre para os pobres", comentou, improvisando novamente, olhando para os jornalistas, o que gerou muitos aplausos.
O Papa divertiu os jornalistas quando contou, como se fosse um simples pároco, que alguns cardeais pediram que se chamasse Adriano, em homenagem a Adriano VI, conhecido como o pontífice "reformista".
Também provocou risadas ao relatar que outros propuseram que adotasse o nome de Clemente XV, para "vingar-se" de Clemente XIV , "o pontífice que suprimiu nada menos que a Companhia de Jesus", ao mencionar a ordem que integra e que pela primeira vez em mais de quatro séculos de existência chega ao trono de Pedro.
Depois de explicar a escolha do nome e de agradecer a toda a imprensa por seu trabalho, também falou sobre a dificuldade de informar sobre os eventos da Igreja "que não são uma categoria mundana e, por isto, não são fáceis de comunicar a um público vasto e heterogêneo".
Em mais uma quebra de protocolo, o Papa não quis dar a bênção com a mão a toda a imprensa, consciente de que entre os jornalistas estavam muitos ateus e integrantes de outras religiões, conforme explicou, optando por saudar e abraçar uma centena de jornalistas selecionados, incluindo vários argentinos.
O pontífice acariciou o cão de um repórter de rádio italiano cego e recebeu presentes, incluindo livros, fotos e até um mate.
"Pensei o que posso levar? Olhei meu quarto e vi o mate: 'é o mate, disse'. Assim, o lavei e entreguei", contou Virginia Bonard, compatriota e amiga que viajou de Buenos Aires para acompanhar o evento.
"É a bebida da amizade", explicou Bonard.
"Genial, incrível. Pode ser o início de uma revolução pacífica", comentou a jornalista colombiana Mary Villalobos, que faz a cobertura das notícias do Vaticano há muitos anos.