Com apoio da extrema-direita, PP conquista prefeitura de Madri
Vitória acontece semanas após derrota do PP nas eleições gerais, que fez o PSOE, rival de centro-esquerda, ter direito ao cargo de primeiro-ministro
AFP
Publicado em 15 de junho de 2019 às 14h21.
José Luis Martínez Almeida, do Partido Popular (PP, direita) foi confirmado neste sábado como prefeito de Madri , graças ao apoio do grupo de extrema-direita Vox, numa situação que provocou preocupação na Espanha .
Três semanas após as eleições municipais no país e de uma série de negociações, Martínez Almeida assumiu o cargo com o apoio dos legisladores municipais do Ciudadanos (de centro-direita) e Vox.
Ao todo 30 vereadores votaram em Martínez Almeida na sessão da Assembleia Legislativa, um voto a mais que a maioria absoluta necessária.
O político conservador substitui Manuela Carmena, uma ex-juíza eleita em 2015 com apoio de partidos de esquerda.
O PP governará a capital espanhola com Ciudadanos, e o apoio do Vox.
A participação da extrema-direita na eleição municipal deste ano reflete um crescimento considerável dessa corrente quando comparado com o último pleito, no qual elegeu pouquíssimos representantes.
Após a votação, Pepu Hernández, candidato do Partido Socialista à prefeitura de Madri, criticou o PP e Ciudadanos pelo acordo com o Vox.
"Eles nos ouvirão quantas vezes for necessário para lamentar que eles decidiram conceder a uma força como Vox a capacidade de decidir e condicionar o governo da cidade mais importante da Espanha, uma das mais importantes do mundo", disse.
O PP e o Ciudadanos já assinaram um acordo com cerca de 80 pontos sobre o modo que querem governar a cidade.
Um desses pontos é a revisão do Madri Central, um sistema de restrição do tráfego de veículos no centro da cidade implementado por Carmena.
Com o objetivo de reduzir as emissões de gás carbônico em 40% estimulando os moradores a utilizar o transporte público ou bicicletas, a medida impede a circulação de veículos no centro da cidade, multando o motorista que desobedecer a norma.
No compromisso, o PP e o Ciudadanos acordaram uma "interrupção da cobrança de multas" a partir de 1º de julho enquanto revisam o sistema.