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Com acordo político, UE pressiona Cuba por mudanças

Acordo de diálogo político e cooperação é considerado o maior avanço diplomático desde que a UE suspendeu sanções à Cuba em 2008

Acordo entre Cuba e UE: pacto ocorre na esteira de mais de duas décadas de diplomacia da UE para estabelecer um ambiente de laços mais fortes (Francois Lenoir/Reuters)

Acordo entre Cuba e UE: pacto ocorre na esteira de mais de duas décadas de diplomacia da UE para estabelecer um ambiente de laços mais fortes (Francois Lenoir/Reuters)

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Reuters

Publicado em 12 de dezembro de 2016 às 11h51.

Bruxelas - A União Europeia e Cuba assinaram um acordo político nesta segunda-feira que o bloco espera deixar suas empresas bem posicionadas para a transição de Havana para uma economia mais aberta e também abrir caminho para fazer pressão por liberdades políticas na ilha.

No maior avanço diplomático desde que a UE suspendeu sanções à nação de regime comunista em 2008, o assim chamado acordo de diálogo político e cooperação é o primeiro entre Cuba e o bloco de 28 países.

Embora modesto na abrangência, o pacto ocorre na esteira de mais de duas décadas de diplomacia da UE para estabelecer um ambiente de laços mais fortes e chega duas semanas depois da morte do revolucionário cubano Fidel Castro, cuja prática de prender dissidentes impediu relações melhores durante muito tempo.

"Estamos começando a escrever um novo capítulo juntos", disse a chefe de política externa da UE, Federica Mogherini, durante a cerimônia de assinatura do acordo com o ministro cubano das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez Parrilla, em Bruxelas, além de chanceleres e embaixadores do bloco.

Oferecendo pêsames pela morte de Fidel, Mogherini disse que a UE está se aproximando mais de Cuba no momento em que a ilha passa por uma "mudança profunda". Autoridades da união dizem que o acordo dá a diplomatas e funcionários da UE o direito de abordar questões de direitos humanos diretamente com Havana e de pressionar suavemente por reformas.

A chefe de política externa da UE disse que o bloco também rejeitou sua política de "posição em comum" para Cuba, que data de 1996 e que estabeleceu os direitos humanos e a democracia como condições para haver melhoria nas relações econômicas e que a ilha via como uma interferência em assuntos internos.

Rodríguez disse que o acordo irá desenvolver laços comerciais, culturais, financeiros e científicos através do oceano Atlântico, e que prova que os dois lados podem se "colocar acima de nossas diferenças" e retomar o "respeito mútuo".

A normalização do relacionamento tem sido tortuosa em parte por causa da resistência dos membros da UE do leste europeu devido a seu próprio passado comunista, e o fato de Cuba ter prendido dissidentes em 2003 levou o bloco a impor sanções diplomáticas, o que limitou os contatos.

A estratégia da UE vem sendo menos alardeada do que a iniciativa do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de aprimorar os laços com Havana, que culminou em sua visita história neste ano, a primeira de um mandatário norte-americano ao vizinho em 88 anos.

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